23 maio 2006

Quem outra vez dera

É de manhã e vou para os Correios. Não quero que a melancolia do cd se cole no meu dia. A antena dois está tomada pelas efemérides. Na um, à terça –feira, apanho a correcção impecável da Dra. Maria de Belém, tão impecável que adivinha a minha discordância e a envolve na sua suave compreensão. Não há nada pior do que ser compreendido por uma mulher como a dra Maria de Belém, às oito e meia de uma manhã da alta Primavera. Os passeios estão quase desertos. Reparo que a probabilidade de passar uma mulher como a talvez-florista, de a reconhecer e de cruzarmos os olhares, é hoje quase nula. Paro nas passadeiras. E na rua do poeta Fernando Assis Pacheco, o tempo que o trânsito permite, uma curva para a esquerda, ao Espírito Santo. De um lado, entre silvas, uma barraca de farturas. Do outro o viaduto. Um novo dia, ó Assis, quem dera e outra vez viera e dera. Seremos ainda dignos do cu de Maruxa?

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