31 maio 2006

Zulmira

A Zulmira e o Saúl. Nunca tinha visto a Zulmira sem o Saúl. Nem sabia que era possível. Ela ouvia por ele, alongava-lhe as frases, sublinhava, ela sabia as histórias que ele contava. Quando saíam, ele oscilava sem destino e era ela quem caminhava em frente. Ele ia ao volante, ela guiava. Ele indignava-se, vociferava. Ela reflectia. Diziam: a Zulmira do Saúl. E: o Saúl da Zulmira. Hoje de manhã vi a Zulmira, na rua, tão branca que nem no muro se via a sombra do Saúl.

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