A queda de Jerusalém
Na semana passada, aproveitando a crise aberta pela captura com pedido de resgate, por parte do Hamas, de um soldado israelita, o Hezbolah lançou um ataque sem precedentes a aldeias e cidades de Israel. A resposta de Israel é conhecida, bem como a reacção dos líderes europeus. Chirac e o ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol falaram de resposta desproporcionada.
David Gross (Ver: Amor) pergunta, num artigo de El País, o que faria qualquer país se fosse objecto de um ataque assim por parte de um vizinho.
Esse vizinho é o Líbano. Parcialmente ocupado pela Síria, com um governo que tem dois ministros do Hezbolah e que entregou o controle da região sul, contra as decisões das Nações Unidas, às milícias fundamentalistas, armadas, treinadas, inspiradas e financiadas pelo Irão e pela Síria.
A maior parte das pessoas parece não perceber que se vive uma situação completamente nova no Médio Oriente, agora que é clara a derrota americana no Iraque e o declínio do plano dos neo-conservadores para a região. Israel não defronta já os palestinianos. O Irão e a Síria, directamente e através do Hezbolah, assumiram o protagonismo, desafiam as resoluções internacionais e ameaçam a existência do estado de Israel.
A esquerda reedita as suas declarações piedosas sobre a necessidade de paz, ou o desastre humanitário em curso. Os apoiantes da intervenção americana no Iraque estão envergonhados, ou a tratar dos negócios que ainda restam. A opinião pública europeia muda de canal para não assistir aos noticiários. Num clima de fim dos tempos, os G8, com Barroso e a sua senhora, vão comer à mão do novo czar.
É altura de perceber que não é só do céu de Gaza que cai uma chuva de morte. Os mísseis iranianos, disparados por fanáticos de deus, estão a assobiar às nossas portas.
PS: Eu não tenho acompanhado bem a esquerda e enganei-me no tipo de comentário que lhe atribuí. O blogger da Causas Nossas escreveu, de facto, isto. O do Arrastão, mais sarcástico, lamentou-se de não poder ir a um festival no Líbano( estará a confundir Bayreuth com Beirute?) por "Israel andar a brincar na zona".
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