Escolhas
O Daniel escreveu um longo post sobre questões aqui ultimamente debatidas, nomeadamente a natureza do estado de Israel e do estado Libanês e a caracterização do Hezbollah.
Eu não tenho as certezas do Daniel. Faltam-me duas coisas: informação e confiança nas fontes. É curioso que nestes debates, cheios de palavras fortes - massacres, limpeza étnica- não distinguimos geralmente entre a propaganda e a realidade investigada e baseada em testemunhos credíveis.E, como assinalei, os historiadores e especialistas se remetam ao silêncio.
Por isso eu não subscrevo afirmações como as de que , “o Estado israelita mata civis como táctica de terror, como o Hezbollah, o Estado israelita não cumpre nenhuma regra comummente aceite para a guerra.”
Também não me revejo em algumas formulações, num calão “sociológico “ intimidatório, que servem mais para calar interrogações do que para as esclarecer
Claro que o Daniel tem razão quando diz que "a sua escolha é de justiça e não de proximidade". Devemos aplicar a mesma medida, os mesmos critérios, quando fazemos juízos de valor. Da mesma forma, e embora esta reflexão seja colateral à discussão, não devemos ser relativistas. O relativismo cultural esconde hipocrisia ou uma indisfarçável ideia de superioridade, mesmo quando parece ser o humilde respeito pela alteridade..
Uma grande diferença, que pode ser ilusória, é esta: eu penso que o meu apoio a Israel pode influenciar este país, a, como escreveu o Daniel, “encontrar interlocutores, isolar os radicais e estar disposto a ceder.” Penso nisso sinceramente. Como acho que pensaram os cineastas israelitas que escreveram aos colegas do Líbano e da Palestina, no início da guerra, pedindo-lhes para não deixar de filmar( e agora são excluídos dos festivais europeus). Como devem sentir Grossman, Oz e os outros, com as posições públicas que vão tomando, aparentemente pouco coerentes, mas que não julgo, porque o que está em causa é a sua segurança, a sua vida.
Ninguém influencia o Hezbollah. Nem o deus do Islão. Nem os financiadores do Irão. Claramente não a rua da Europa, a quem o Hezbollah fashionable se destina, para instrumentalizar a seu favor, na grande guerra do espectáculo, da representação da guerra, onde parcialmente se decidem as guerras que não têm vencedores.
Dito isto, existe grande coincidência entre as preocupações do Daniel e as minhas. Penso que não vai ser preciso esperar pela sua visita a Israel para a alargar.
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