01 novembro 2006

Um de Novembro

Parecia não haver mortos na minha família e os cemitérios eram lugares exóticos, como as igrejas novas, os Serões para Trabalhadores, os comícios da União Nacional, as marchas da Mocidade ou os retiros. Ficava sozinho neste dia. O feriado não tinha qualidade suficiente para reunir a família, e para lá de um movimento quase festivo nos acessos aos cemitérios, a cidade estava deserta. As meninas deviam estar fechadas nos trabalhos de casa, pois em Novembro o período ia alto. Já encurtavam as tardes, como hoje,e eu caminhava na Avenida Afonso Henriques, com os cafés fechados, entregue à mesma exaltante melancolia.

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