Uma mulher do Mal: Fiama Hasse Pais Brandão
Gerardht Richter
MEMORANDO PARA UMA CRIANÇA,
MEU FILHO
Não há que evitar o nada, tanto mais
que o nada não pode ser evitado.
Se amas o diospireiro com seus frutos sorvados
dulcíssimos, Criança, após o prazer sossega
o teu desejo e vê, depois de alguns anos joviais,
que o nada chegou. Mas não vem só, porque ele traz
consigo os seus fecundos restos, que vão saciar-nos
como somente os pães e o vinho saciavam antes.
A multiplicidade está a ser-te oferecida,
olha um grão e outro grão, ainda um aroma, criança.
Sim, o nada é demais, que não o abarques na infância.
In Epístolas e Memorandos, 1996.
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