04 fevereiro 2007

Bed Head



Uma noite, em Manchester, saí com uma estrela de rock and roll. Tinha o cabelo assim um castanho arruivado que ficava ruivo na sombra do club e arremetia nas direcções improváveis de uma modelagem headbanger. Antes, ao jantar, parecia haver entre nós um desacordo primordial quanto ao ponto da carne, à própria carne, à rúcula, ao vinagre. Depois, no club, confirmei que ela não lera Walser nem Musil, detestava Lodge e chamava à adoração de Sebald, “uma sebaldaria”. Foi neste ponto da discordância literária que o meu interesse, digamos sensorial, por ela, se acendeu.

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