06 junho 2007

Vital, um militante (bis)


Dr Gica


Vital Moreira é uma espécie de Graça Moura de Sócrates. A diferença é que Vital não traduziu a Divina Comédia, nem Racine, nem Shakespeare. Anda agora Vital incomodado com a imprensa que temos. Por causa da babugem do Marcelino e da tabloidização do DN? Pela rarefação da imprensa de qualidade? Não. Por receio de que "a comunicação social assuma o papel que só à oposição pode caber." Presume-se que Vital se incomoda com a denúncia que ainda vai surgindo das malfeitorias de Campos, Pinho, Lino e dos comissários que, das ARS às DRENs, dão "tiros no pé" socialista, em lugar de tiros certeiros na oposição. "Não cabe à imprensa combater a acção governativa", sentencia Vital (bis). "É uma questão de legitimidade". E depois, com a autoridade de pai constitucional, explica que devemos confiar "nas nossas instituições". As "razões para ter confiança" são esmagadoras. Retemos "os checks and balances", os "veto powers", e os" contervailing powers" (sic) do sistema. Para não falar de "um conjunto de entidades independentes que fiscalizam a actividade governamental" onde não faltam a "Entidade Reguladora da Comunicação Social" e, não se pasme com a criatura, "a Entidade Reguladora da Saúde". Nisto de Saúde, Vital (bis) é bem informado. Lá está ele a considerar "interesse localista", a manutenção de serviços locais de saúde "sem condições ou redundantes", em boa hora contrariado pelo governo "do interesse público". Já não se percebe que a informação se lhe esgote nos serviços sem condições ou redundantes que a bondade do Campos público encerrou e não lhe sobre um minuto para olhar à volta e ver o novo Hospital Pediátrico, que os "governos do interesse público" inauguraram sucessivamente em 2002, voltaram a inaugurar em 2004, e outra vez em 2007, parado, enquanto "o executivo de Sócrates escreve aos empreiteiros para reduzirem os trabalhos para os montantes que o Governo tem disponíveis". Quem revelou esta informação foi um autarca da oposição (legítimo!). Quem a divulgou foi um jornal que, nas palavras de Vital (bis), deve pertencer a"grupos económicos com interesses exteriores ao sector, com posições instrumentalizadas ao serviço dos mesmos" (não pode!).

(Vital (bis) escreveu no Público de 5 de Junho, (link pago)

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