27 julho 2007

Die Traumdeutung




Nunca tive problemas com sonhos. Li Freud antes de Camilo e nunca tive dificuldade em reconhecer o valor simbólico de comboios, serpentes, túneis, telemóveis ou pens de 2 GB. O meu inconsciente é tão pouco reprimido que não precisa dos sonhos para se manifestar. Basta uma enxaqueca, uma gripe, trabalho a mais, o cansaço glorioso das montanhas. Mas esta noite sonhei, toda a noite sonhei, com o partido Convergência i Unió. Tinha havido eleições na Catalunha e eles tinham tido 5%. Era o que se esperava, com algumas assembleias de voto ainda por contar. Então não tinha havido sondagens? Era assim tão grande a surpresa? Não estava triste nem contente, não prestava grande atenção ao escrutínio, não me interessavam vencedores ou vencidos. Era um sonho ahistórico, despolitizado onde os afectos pareciam todos sob controle. Eu era um votante da Convergência i Unió, isso parecia certo. E íamos ter menos de 5%. Não dou mais pormenores. Li Freud antes de Camilo e sei muito bem que é nos pormenores que nos enterramos, quando contamos sonhos.

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