Torga I
Goste-se ou não de Torga (eu não gosto - não gosto de regionalismos e ainda menos de personalidades empedernidas) poderia agora, aquando dos seus 100 anos, a assim designada comunicação social apresentá-lo como uma referência (pelos menos para aqueles que por ele se deixam aferir), um caso singular (que o não é) na literatura portuguesa, uma personalidade ímpar (esperemos que sim), etc...
Mas vai de apresentar uma reporteira na Rtp 1, em directo da casa museu de Torga à praça Fernando Pessoa da lusa apenas, a entrevistar Clara Rocha, filha do escritor. E diz a moça, candidata a jornalista e provavelmente na sua primeira reportagem a julgar pelo olhar esbugalhado que apresentava: "Acha que a cultura, a culturalidade ficou a dever muito a Miguel Torga?"
Não estou segura da exactidão das palavras a seguir à pérola da CULTURALIDADE de tal forma fiquei atordoada com o achado, mas a ideia era a que indico. CULTURALIDADE, ó menina de quem felizmente não fixei o nome?!... Esta mania de disfarçar a falta de vocabulário com a proliferação de subtantivos abstractos inventados à podoa quer dizer o quê, para além da suprema ignorãncia? Estamos a querer aceder a um grau de refinamento da língua sem termos aprendido a construir uma frase com predicado, sujeito e complemento directo? (Sim, eu sei que as designações já não são estas e que
até a palavra gramática é dita em surdina, mas eu não adiro, nisso sou muito antiga).
Pergunto-me de que é que o governo de Sócrates está à espera para emitir um decreto-lei a impedir que não possa o cidadão português inventar palavras enquanto não der provas de saber fazer uma redacção sobre a vaca.
Sim, porque isto já só lá vai com decreto-lei. E força policial musculada. Enfim, uma polícia que tenha lido os nove livros que consta (e não consta-se) serem agora obrigatórios no curso que os habilita à bastonada e que distinga cultura de culturismo. Ou, neste caso, de agricultura.
// sent by Rosaarosa
Mas vai de apresentar uma reporteira na Rtp 1, em directo da casa museu de Torga à praça Fernando Pessoa da lusa apenas, a entrevistar Clara Rocha, filha do escritor. E diz a moça, candidata a jornalista e provavelmente na sua primeira reportagem a julgar pelo olhar esbugalhado que apresentava: "Acha que a cultura, a culturalidade ficou a dever muito a Miguel Torga?"
Não estou segura da exactidão das palavras a seguir à pérola da CULTURALIDADE de tal forma fiquei atordoada com o achado, mas a ideia era a que indico. CULTURALIDADE, ó menina de quem felizmente não fixei o nome?!... Esta mania de disfarçar a falta de vocabulário com a proliferação de subtantivos abstractos inventados à podoa quer dizer o quê, para além da suprema ignorãncia? Estamos a querer aceder a um grau de refinamento da língua sem termos aprendido a construir uma frase com predicado, sujeito e complemento directo? (Sim, eu sei que as designações já não são estas e que
até a palavra gramática é dita em surdina, mas eu não adiro, nisso sou muito antiga).
Pergunto-me de que é que o governo de Sócrates está à espera para emitir um decreto-lei a impedir que não possa o cidadão português inventar palavras enquanto não der provas de saber fazer uma redacção sobre a vaca.
Sim, porque isto já só lá vai com decreto-lei. E força policial musculada. Enfim, uma polícia que tenha lido os nove livros que consta (e não consta-se) serem agora obrigatórios no curso que os habilita à bastonada e que distinga cultura de culturismo. Ou, neste caso, de agricultura.
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