17 dezembro 2007

Pedro Mexia

Este fim de semana Pedro Mexia escreveu sobre Fassbinder e eu pensei que era estranho que um homem como ele, de uma dissidência discreta e controlada, se interessasse por Fassbinder, ao ponto de ver os vídeos, escrever sobre eles, classificá-los. Estranheza relativa. Conheci PM pela poesia. Uma poesia pós-adolescente da qual parece ter-se distanciado, onde já se anuncia um trajecto desconforme com o que lhe fora destinado, longe dos colegas do código civil e das avenidas novas. Depois vieram os blogs e a luta política. Havia a preparação para a guerra do Iraque e PM estava do outro lado. Escrevia na Coluna Infame, um nome de fogo. E se a razão não lhe parecia sempre assistir, e nenhuma na questão fulcral da legitimidade e da oportunidade da intervenção americana, a qualidade dos seus textos era inquestionável e quase sem par.
Mais tarde o PM tornou-se célebre e teve a merecida glória mediática. Nunca deixou a blogosfera, calculo que por vício humilde. Cultor do pequeno post wildiano, criando uma persona tímida, canhestra, erudita, sensível, individualista, PM é um sedutor que ataca as mulheres pelo lado materno apiedado.

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