01 agosto 2008

Aplauso prolongado e tempestuoso





Na conferência do Partido da Província de Moscovo, durante os anos do terror, um novo secretário tomou o lugar do velho secretário (que tinha sido preso). Os trabalhos encerraram-se com um tributo a Estaline. Toda a gente se pôs de pé a aplaudir; e ninguém se atrevia a parar. Na versão Soljenitsine desta famosa história, ao cabo de cinco minutos “os mais velhos arfavam de exaustão”. Ao fim de dez minutos:

Com falso entusiasmo nos rostos, olhando uns para os outros com débil esperança, os dirigentes distritais preparavam-se para continuar a aplaudir indefinidamente até caírem do sítio onde estavam, até serem levados para fora da sala de maca!

O primeiro a parar de aplaudir (o director de uma fábrica local) foi preso no dia seguinte e apanhou dez anos, por uma outra acusação.
(…)

(De Koba o Terrível, Martin Amis, Teorema, p154)

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