First we take Bombay
Esta é a cidade de S. A única cidade da Bética que está ao sol enquanto sofreis o gelo e a neve, a chuva e as intempéries do Inverno. A cidade dos pátios das laranjeiras, do Guadalquivir, de Cernuda e Lorca, como diria o meu meteorologista louco. É sábado â noite e em Triana, nos bares de tapas, prova-se a chacina e os vinhos tintos de Ribera del Duero ou de Rioja. As nossas mulheres têm a nuca erguida, olham nos olhos e fazem um pré engate que continuará nos bares de Triana, pela noite fora. Esta é a cidade dos fenícios e de Cartago, de Roma e dos godos, a cidade moura. Mas nao sabemos. Ignoramos até que, em pleno século XX, homens como nós enterraram vivos e algemados os seus inimigos. Os gritos das vítimas duraram dias, e falavam a mesma língua dos algozes. Ignoramos tudo. Porque, como disse Juan Gelman ontem em Salamanca, depois dos ditadores vêm os comisarios del olvido. E um dia morreremos, demasiado ignorantes â mao justiceira dos fanáticos, demasiado estúpidos.
Etiquetas: Bombaim, Juan Gelman, Paulo Varela Gomes, Sevilha
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