LER, Livros & Leitores
Não me lembro de nada tão interessante nos últimos tempos como o aparecimento do Rogério Casanova. Quando o Rogério Casanova apareceu o Pedro Mexia ficou de repente um senhor a quem só restava escrever sobre o aparecimento do Rogério Casanova. Este mês o Rogério Casanova escreve na LER. A LER tem na capa aquele outro senhor respeitável na sua casa à Lapa. Compreende-se e respeita-se o critério editorial. A revista não vendia se não pusesse na capa um senhor respeitável , entrevistado por um especialista em entrevistas respeitáveis à Lapa. Assim, deve ser um êxito. Alguns dos meus amigos leitores tiveram conversas deste tipo:
- Já leste a LER de Março?
- É pá, a de Março, não. Acho que não vou ter tempo. Tem o Mário Cláudio?
- Não, tem o António Barreto.
- O Barreto, não me digas? Vou já comprar meia dúzia.
O que é certo é que a LER de Março tem uma mail-entrevista de Peter Carey com Rogério Casanova, uma recensão do livro do escritor australiano sobre o Japão, a habitual crónica Pastoral Portuguesa, este mês dedicada a John Updike e também a Richard Yates, de Revolutionary Road, uma nota sobre a biografia de Tom Cruise… e uma crítica a A Consciência e o Romance de David Lodge, o livro escrito há sete anos, paralelamente a Think e que agora a ASA traduziu.
Eu demorei uma semana para tentar perceber de que forma tinha surgido o discurso indirecto livre e como isso correspondera ao reconhecimento da consciência. Rogério Casanova despacha o assunto em duas linhas. A diferença é que Rogério Casanova leu Ian Watt (The Rise of the Novel, amplamente citado por Lodge) Ann Banfield e James Wood( How Fiction Works). Rogério Casanova é assim. Leu o que era importante nos sítios onde se escreve o importante . E leu antes e melhor que ninguém.
A LER tem, além de Casanova, José Mário Silva (Gastão Cruz, A solidão dos números primos, o Encontro de Escritores em Espinho), Abel Barros Baptista, Filipe Nunes Vicente (que depois de ler Orientalismos e reconhecer que Edward Said “tinha razão em muitos pontos”, encontrou um em que presumivelmente se enganou, e dedicou-lhe uma crónica), Eduardo Pitta (o Encontro de escritores em Medellin), uma nota sobre a tradução que Pedro Tamen fez do excelente Breviário Mediterrânico de Predrag Matvejevitch, as imprescindíveis notas de leitura de Rui Bebiano.
Meia dúzia de páginas de lixo despejado pelos fornecedores do costume e uma incrível promoção a um Júdice, o empresário, cheio de "amor, respeito e admiração", não chegam para estragar o conjunto.
- Já leste a LER de Março?
- É pá, a de Março, não. Acho que não vou ter tempo. Tem o Mário Cláudio?
- Não, tem o António Barreto.
- O Barreto, não me digas? Vou já comprar meia dúzia.
O que é certo é que a LER de Março tem uma mail-entrevista de Peter Carey com Rogério Casanova, uma recensão do livro do escritor australiano sobre o Japão, a habitual crónica Pastoral Portuguesa, este mês dedicada a John Updike e também a Richard Yates, de Revolutionary Road, uma nota sobre a biografia de Tom Cruise… e uma crítica a A Consciência e o Romance de David Lodge, o livro escrito há sete anos, paralelamente a Think e que agora a ASA traduziu.
Eu demorei uma semana para tentar perceber de que forma tinha surgido o discurso indirecto livre e como isso correspondera ao reconhecimento da consciência. Rogério Casanova despacha o assunto em duas linhas. A diferença é que Rogério Casanova leu Ian Watt (The Rise of the Novel, amplamente citado por Lodge) Ann Banfield e James Wood( How Fiction Works). Rogério Casanova é assim. Leu o que era importante nos sítios onde se escreve o importante . E leu antes e melhor que ninguém.
A LER tem, além de Casanova, José Mário Silva (Gastão Cruz, A solidão dos números primos, o Encontro de Escritores em Espinho), Abel Barros Baptista, Filipe Nunes Vicente (que depois de ler Orientalismos e reconhecer que Edward Said “tinha razão em muitos pontos”, encontrou um em que presumivelmente se enganou, e dedicou-lhe uma crónica), Eduardo Pitta (o Encontro de escritores em Medellin), uma nota sobre a tradução que Pedro Tamen fez do excelente Breviário Mediterrânico de Predrag Matvejevitch, as imprescindíveis notas de leitura de Rui Bebiano.
Meia dúzia de páginas de lixo despejado pelos fornecedores do costume e uma incrível promoção a um Júdice, o empresário, cheio de "amor, respeito e admiração", não chegam para estragar o conjunto.
Etiquetas: Rogério Casanova
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