08 março 2009

Porque é que a Vida Acelera


Granja, 2009

Ando a ler um livro sobre a Memória autobiográfica cujo título é Porque é Que a Vida Acelera à Medida Que Se Envelhece (Douwe Draaisma, Relógio D’Água, 2009).
Já li 160 páginas. Já li sobre O Pequeno Livro Sobre uma Grande Memória, o livro que em Moscovo A.R. Luria escreveu sobre um homem chamado Sherashevsky ao mesmo tempo que em Buenos Aires Borges sonhava a maldição de Funes, o Memorioso, que recordava “uma a uma todas as fendas, cada rebordo das casas que o cercavam”. Já conheço as vidas de prodígios como Jedediah Buxton, Euler, Gauss, Aitken e outros savants que foram prodígios de cálculo, entre eles Shyam Marathe que ao voar sobre o Grande Canyon disse que” o desfiladeiro lhe fazia lembrar 9 elevado a 20”. E de Stephen Wiltshire, atrasado mental que completa um desenho de Westerkerk de Amesterdam em menos de duas horas. Conheci o caso Demjanjuk que foi julgado por ter sido identificado como o tenebroso Ivan o terrível, guarda e verdugo de Treblinka. Vi as fotografias de Consoada que o casal Anna e Richard Wagner tiraram de 1900 até três anos antes da morte de Anna, em 1945. Já conheço a vida de Willem van den Hull, o homem que um dia cruzou com a menina Roelina de Vos van Steenwijk tot den Havixhorst e depois desse dia fatídico nunca mais viu ninguém no Universo.
Mas ainda não sei porque é que a vida acelera.

Etiquetas:

0 Comentários:

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial