Agenbite of Inwit (2)
Yeondoo Jung
Acabou o voto ideológico. Ninguém vota em Jerónimo por causa do internacionalismo proletário, nem em Sócrates pelos valores. Excepto Júdice. Ontem, numa rua do Porto, Aguiar Branco e dois funcionários da sede de Cedofeita pegaram literalmente na senhora ao colo e gritaram:
- Vitória.
Mas, até Pacheco Pereira explicar, ninguém percebeu a que se referiam.
O único voto ideológico é o voto no Bloco. A estratégia pedagógica do Bloco colocou Louçã em primeiro plano para evitar uma identificação pessoal, fácil mas efémera. Numa campanha em que não se viu Marisa Matias, quem votar no Bloco vota em perfeita consciência e anti-climax. Como deve ser.
Não falo de Portas Paulo. Portas chegará ao poder pelas mãos da coligação dos polícias e das peixeiras, com piscar de olhos a tudo o que parece mexer. Os agentes de campanha devem achar que os eleitores adoram o SNS. E Portas gabou o SNS das IPSS e das Misericórdias que é assim uma maneira de gostar do Alegre por aquele poema em que não falou da Pátria.
Uma figura a reter: um homem do PSD chamado Paulo Mendo, que disse do programa de saúde do PSD o que Mafoma não disse do chouriço. E na pintura, o Sócrates de Campos, o mais falso dos artistas em tournée, ficou esborratado. Acontece sempre que alguém livre fala.
Etiquetas: Ideologia
10 Comentários:
Precisamente por ser ideológico é que o voto no BE é um disparate. Achar que a ideologia ainda vai a votos... bom, não vai Luís. E votar em alguém (em alguns) que se propõe(m) ocupar um lugar que, verdadeiramente, odeia(m) é mais que ideológico, é uma perda de tempo e de energia.
Magnífico texto, o do post anterior. Parabéns.
Anauel, obrigado. O post pretendia ser irónico. Mas discordo de si. Um voto Marxista é isso mesmo: eleger os que não suportariam pertencer ao clube dos eleitos. Conhece alguma coisa de mais interessante. Devemos eleger os traseiros que aspiram a reencontrar as sua cadeiras ainda mornas ?
excepto eu,tambem.
Adorei o sarcasmo deste texto :)
Luís, eh eh, por vezes torna-se difícil discernir a ironia por estes lados. Parece ser uma questão quase... ideológica.
E se conheço alguma coisa mais interessante? Bom, não é preciso ir mais longe. Já alguma vez observou (ver mesmo, estar ali em frente à ARTV durante horas) José Sócrates e Pedro Silva Pereira em funcionamento, em pleno exercício de funções, nos debates quinzenais? Garanto-lhe que não estou a ser irónico... Aquilo é lindo. Ainda está para nascer uma dupla daquelas.
Pensei que as ideoligias estavam todas mortas e enterradas. Que o que era preciso - e moderno - era navegar à vista (e conforme as coveniências)
Não gostei do Louçã nos Gatos. Não teve sentido de humor. Gosto de homens com sentido de humor!
«Um voto Marxista é isso mesmo: eleger os que não suportariam pertencer ao clube dos eleitos.»
Registo, Luís, é isso mesmo. Abraço
Joana, um grande abraço.
Me, too.
Grande texto (mais um na verdade) !
Simples (sem X)!
O texto anterior também dá que pensar (talvez me arrependa mas em consciência no presente não há ali ninguém que me cative, antes pelo contrario, provoca-me pensamentos de sinjela luxúria...como mudar-me para as Berlengas e ali ficar, com as gaivotas e as cagarras e culpar as marés vivas da ausência do meu país que se adia e labirinta)!
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