18 fevereiro 2010

Mapas de causalidade



Segundo alguns psicólogos crescemos a organizar mapas de causalidade. P. ,agora com três anos e com uma família alargada, faz perguntas sobre casas. Porque é que a casa da tia Nha não é aqui? Porque é que a casa de Santarém não é a de Castelo Branco? Porque é que para ir à tia Matchi temos de ir a Santarém? Os pais respondem. Ele sem surpresa, porque o mundo infantil lhe é tão estranho que o aceita sem interrogações e porque para ele toda a metafísica é o papel de prata que embrulha os chocolates. Ela com perplexidade. Ainda está para perceber essa história das casas. As mulheres querem perceber. As mulheres querem estabelecer nexos de causalidade. As mulheres são a verdadeira matéria da investigação sobre o modo de pensar da nossa espécie símia. Curiosamente, como também invadiram as escolas e os laboratórios das Neurociências, as mulheres são agora os principais investigadores. O que atrasa a compreensão da coisa, obviamente. Atrasa, enviesa, perturba e dramatiza. Colateralmente dá à estampa alguns livros de cultura popular, onde a investigação incompleta produz histórias de encantar sobre as maravilhosas capacidades infantis.

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2 Comentários:

Blogger Cristina Gomes da Silva disse...

Gosto de "beber" um pouco deste mal, passo todos os dias, mas hoje fiquei um pouco baralhada por achar que havia mal a mais: "As mulheres querem perceber. As mulheres querem estabelecer nexos de causalidade. As mulheres são a verdadeira matéria da investigação sobre o modo de pensar da nossa espécie símia. Curiosamente, como também invadiram as escolas e os laboratórios das Neurociências, as mulheres são agora os principais investigadores. O que atrasa a compreensão da coisa, obviamente. Atrasa, enviesa, perturba e dramatiza." Será possível uma adendazita só para se perceber melhor o que quer dizer? Ou será que esta minha pergunta quer perceber demasiado e não merece resposta?

quinta-feira, fevereiro 18, 2010  
Blogger Victor Gonçalves disse...

Nós, os homens, espacializamos o mundo para fundarmos as certezas — ainda que sejam ilusórias — que nos levam, muito mais do que ao feminino, a agir. O problema é que ultimamente a nossa acção resume-se a um esbracejar que esconde a falta de sentido numa pretensa virilidade vitalista.

quinta-feira, fevereiro 18, 2010  

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