A lei da rolha
Annelise Kretschmer
À hora em que Pacheco Pereira nos tentava dinamitar o cérebro com uma evocação de Rafael Bordalo e da sua sátira à Lei da Rolha, os congressistas do PSD aprovavam, com a pudica reserva dos futuros líderes, a pena de expulsão aos que ousem criticar os dirigentes. Ficam assim os cidadãos do PSD impedidos de falar. A medida seria perfeita se abrangesse os dirigentes. Um partido unido pelo silêncio é o que faz falta. Ainda não tinha digerido a pérola estatutária já o senhor Vitalino Canas se apressava a comentar. Daqueles comentários pomposos e circunstanciais, com a bandeira do Rato atrás e boquinha de virgem ofendida. O senhor Vitalino, quebrando a regra não-escrita de que partido não se pronuncia sobre a vida interna de partido - que é a contrapartida institucional do saber popular que ensina a não nos metermos entre marido e mulher mesmo quando se ouvem gritos - veio evocar a liberdade e o 25 de Abril. Acontece que, pelo menos desde que mataram a Rosa Luxemburgo, não me lembro de ter visto um socialista a criticar a cúpula dirigente.
Etiquetas: PSD
3 Comentários:
Claro que o Sr. Vitalino Canas é tão socialista como qualquer um dos militantes do PSD – ou menos.
vou roubar (isto começa a ser uma mania...)
Ah, que bom seria se todos fossem tão francos como o Luís Januário...
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial