Dona Matilde no Parlamento
A entrevista da semana foi a de Matilde Sousa Franco a uma cadeia de televisão. Lamento que não tenham visto. Mesmo eu, que estive atento, não sei se vi. A senhora não percebia as perguntas e responde às questões da pré-gravação. Pelos vistos era independente. Pelos vistos esteve sempre em desacordo com a linha oficial do partido do governo. E sempre a ameaçar ir-se embora. Mas eles não a deixaram. Eles eram muito maus. Alguns deixaram de lhe falar. Outros nem se sentavam ao lado dela. E ela sempre a ameaçar ir-se embora:
-Pego na minha carteira e vou-me embora.
Mas eles não consentiram.
A senhora lá ficou, mártir sorridente, entretida a fazer declarações de voto e a pedir audiências ao Sócrates que nunca a haveria de receber.
Falou três minutos na legislatura. Ontem a televisão deu-lhe dez, que ela desperdiçou sem nos comunicar as razões da sua formidável dissidência.
"Quando Forster teve sexo, deixou de escrever romances", é o título de uma crónica deliciosa de Alexandra Lucas Coelho no Ipsilão de ontem. Dona Matilde ainda nos pode dar um relato de assombro sobre a sua vida parlamentar.
Etiquetas: vulgar
1 Comentários:
Très bien!
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