16 março 2007

Isto é um homem

Vivia com a mulher e com três adolescentes. Um era seu filho, embora ele fosse infértil. A mulher era uma boa mãe e boa madrasta, disse uma vizinha. Ela queria muito ter um filho dele. Simulou uma gravidez. Durante trinta e tal semanas. Ele não deu conta. Ela teve uma criança. Não foi parto normal. Entrou numa maternidade e raptou um recém-nascido. Ele não deu conta. O bebé cresceu. Teve cólicas, febre, a roupa deixou de servir, sorriu, galreou, segurou a cabeça, começou a comer, sentou-se sem apoio, gatinhou, caiu da cama, nasceu um dente. Parecia-se com quem? Estendeu os braços, pediu colo, chorou de noite, tossiu, disse papa. Teve prendas no Natal, festa de anos. O que é que o homem fez durante esse tempo. Fazia pesquisas na net. Gostava especialmente do site da PJ. Parece que há um site da PJ na net. Quando viu as imagens da suspeita do rapto da Maternidade reconheceu a mulher. Denunciou-a. Quando se confirmou que a mulher era a raptora, ele expulsou-a de casa. Isto é um homem.

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