Um poema de Gastão Cruz: O fim do dia
cf. Blake, The Mental Traveller e The Sick Rose
Ouço morrer o dia uma voz reduzida
à penumbra do som outrora estrídulo
olhai-lhe o pénis hirto a mandíbula fria
Conta-lhe os nervos de ouro uma fêmea de fogo
que os numera e os ouve na escuridão tangível
e vive do seu frio do seu choro
e vai ficando jovem enquanto ele se extingue
Até que ele por fim é um jovem que sangra
e ela se transforma numa virgem magnífica
o som do dia morto agora já não o ouço
fundiu-lhe a noite já da voz as cordas de ouro
como o verme que rói a rosa e dela vive.
(Gastão Cruz, em Campânula, 1978)
Ouço morrer o dia uma voz reduzida
à penumbra do som outrora estrídulo
olhai-lhe o pénis hirto a mandíbula fria
Conta-lhe os nervos de ouro uma fêmea de fogo
que os numera e os ouve na escuridão tangível
e vive do seu frio do seu choro
e vai ficando jovem enquanto ele se extingue
Até que ele por fim é um jovem que sangra
e ela se transforma numa virgem magnífica
o som do dia morto agora já não o ouço
fundiu-lhe a noite já da voz as cordas de ouro
como o verme que rói a rosa e dela vive.
(Gastão Cruz, em Campânula, 1978)
Etiquetas: poesia
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