08 setembro 2007

Lembrar Ingrid Betancourt na Festa do PCP



Há uma semana escrevi um aviso aos incautos que forem à festa do PC. Serão cúmplices do cativeiro de Ingrid Betancourt e dos reféns das Farc. Cúmplices da repressão sobre o povo da Coreia. Cúmplices da tragédia cubana. Num comentário correcto, António Vilarigues deu-me informações sobre a táctica actual do Partido Comunista da Colômbia (PCC). Passei horas a documentar-me sobre o assunto. E corrigi: o PCC integra uma frente política representada no Parlamento e no Senado que repudia a luta armada e considera as Farc e a política personificada pelo actual presidente, duas faces do mesmo bloqueio. Infelizmente o secretário geral do PCP, Jerónimo de Sousa, hoje entrevistado no Público, (jornal.publico.clix.pt/) não teve quem lhe fizesse o trabalho de casa. Às perguntas das jornalistas respondeu
javascript:PopNews('http://www.publico.clix.pt/forms.asp?f=frmComment&idCanal=0&origin=EI&id=11898611','Comentarios',%20545,350,%2020,200)


Insistimos: o PCP considera as FARC uma organização terrorista?
Independentemente do questionamento e da não subscrição deste ou daquele método, o PCP considera que o povo colombiano, na sua expressão das FARC, com essa separação em relação a métodos, tem todo o direito a responder a uma violência fascista, terrorista, que não limpa a imagem do Governo Uribe. Há um processo de intenção de classificar de terrorismo uma parte que luta pela defesa da soberania e de procura da melhoria das condições do seu povo. Para não ser deturpado nas palavras, o PCP tem como princípio geral a solidariedade para com todos
os povos, movimentos e organizações que lutam pela sua independência, por uma vida melhor para os seus povos, incluindo o recurso à luta armada. O PCP é contra qualquer acto terrorista que ignore essa luta de resistência e essa luta de emancipação.



Podem ler as vezes que quiserem. O homem, tal como Vítor Dias no seu blog, não menciona nunca o nome das vítimas da Farc. E, mesmo pressionado, não se lhe consegue fazer sair da boca nenhuma condenação dos métodos da Farc, nem do terrorismo. Ele considera as Farc uma expressão do povo, e encontrou a expressão farisaica que melhor caracteriza a política sem princípios do seu partido: O PCP é contra qualquer acto terrorista que ignore essa luta de resistência e essa luta de emancipação. Como nenhum terrorista ignora essa luta de resistência e essa de emancipação, Jerónimo e o PCP são contra o terrorismo em geral mas não têm nada contra os terroristas em particular.

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