O senhor B. (I): HORA DE INVERNO
Filosoficamente falando, Sócrates (o José) estava errado. A mudança de hora foi só este fim de semana.
No intermezzo do desconcerto dos velhos recuperados da sarjeta pela matrona romana de manto de veludo à la visconti daqui, no intermezzo, el Bonirre despediu-se, foi-se embora. Era a sua hora. No pragmatismo bonirreano este é um axioma irrefutável: “Adeus meninos, até amanhã!” (camaradas ou não, àquela hora somos todos, os que ficam, camaradas do outro lado da barricada).
Mas eis que a meio do segundo número, o vemos ressurgido. Voltou para trás. É que depois de distribuir as meninas pelas moradas certas, descobriu que afinal não era uma da manhã, mas apenas 11 horas!
Conclusão ilógica: percebeu que não queria ir para casa (não se pode voltar para casa e perceber, depois de lá estar, que não é lá que se quer estar) e, coerentemente, voltou para trás. E reentrou no salão, ufano e leve, com um grande sorriso de alívio a perguntar à volta “Quem bebe o quê? É hoje! É hoje!”
É a isto que se pode chamar a superioridade moral dos racionalistas. Dos racionalistas cordiais, claro.
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Etiquetas: intertexto, rosário
1 Comentários:
essa é a outra imagem..belissima..abraços..e o texto tbm.
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