30 janeiro 2008

Adeus Campos


Yinka Shonibare
Gallantry and Criminal Conversation, 2002. Installation (detail)



Campos foi-se. Explodiu num momento de máximo protagonismo, entre duas entrevistas da sic e o espectáculo igualmente degradante da sua rua, dos seus motins. Espera-se que Campos leve consigo Pignatelli e o inefável secretário de quem ninguém recordará o nome. As emanações de Campos nos Conselhos de Administração dos Hospitais EPE e nas ARS vão hoje protestar a sua fidelidade à nova ministra da Saúde e agitar os tentáculos do monstro que os partidos do centro instalaram no governo do país, entre as repartições, o parlamento, as empresas e as sociedades discretas.
Campos e Pires de Lima representavam o pior de Sócrates: a arrogância, a pesporrência, o espírito vingativo, a submissão aos interesses económicos e, no caso de Pires de Lima, a ignorância. Sócrates quer ser amado pelos portugueses. A excessiva visibilidade destes parceiros deve-se ter tornado um pesadelo para o chefe do executivo. Ontem à tarde, interpelado pelos jornalistas, ele teve um movimento do corpo que simbolizava o seu estado de alma. Rodou sobre si próprio e fugiu para um lado qualquer, que por acaso era a esquerda, como se iniciasse, sem guarda-costas, um jogging solitário.

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