Se casares, Amélita
Amélita se te fores casar, camarada, não denuncies o pasteleiro, não dês nomes Amélita, o oferente desse vestido que te cai tão bem nos ombros e nas ancas, Amélita não lhes fales das flores, não bufes Amélita, não chibes o fotógrafo, o fogo de artifício, os charutos, a música, o catering, a limusina, a animação. Eles vão querer listas, Amélita. Não houve convidados, não houve quintas nem restaurantes. Não houve bolo de noiva, nem os talheres bateram nos pratos, nem choraste, nem pensaste que ias ter de dormir toda a noite e todas as noites da tua vida com este rapaz assustado, Amélita. Se te fores abaixo, Amélita, não assines as declarações prestadas.
Etiquetas: matrimónio, repressão
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