Num momento misterioso e imponderável da história
Alexandra Lucas Coelho escreve, no Ipsilone, sobre o livro de Ryszard Kapuscinski que a Relógio D´Água editou com o nome Os Cínicos Não Servem Para Este Ofício. Alexandra Lucas Coelho cita a introdução da italiana Maria Nadotti, organizadora do livro. A citação é do próprio Kapuscinski, e vale a pena retomá-la porque assinala um ponto de vista que escasseia:
A citação de ALC acaba aqui. Mas, e como este ofício não é para cínicos, vale a pena continuara ler Ryszard Kapuscinski, e Maria Nadotti:
(lembrar, a propósito, a entrevista de 98, que ALC fez ao polaco)
O tema da minha vida são os pobres. É o que entendo por Terceiro Mundo. O Terceiro Mundo não é um termo geográfico (Ásia, África, América Latina), nem racial (os chamados continentes de cor), mas sim um conceito existencial. Designa a vida pobre, caracterizada pela estagnação, pela tendência à regressão, pela ameaça contínua de ruína total, por uma ausência generalizada de soluções.
A citação de ALC acaba aqui. Mas, e como este ofício não é para cínicos, vale a pena continuara ler Ryszard Kapuscinski, e Maria Nadotti:
Para Kapuscinski, nem a pobreza, nem a opressão pertencem à ordem natural das coisas. Eis porque, como afirma em O Chá, a palavra, " a palavra sem controlo,em livre circulação, clandestina, rebelde, sem uniforme, não autenticada, terror dos tiranos, é o catalisador indispensável", o instrumento de rebelião, de organização e de luta contra o qual as armas do poder se revelam subitamente, num momento misterioso e imponderável da história, completamente ineficazes.
(lembrar, a propósito, a entrevista de 98, que ALC fez ao polaco)
Etiquetas: Alexandra Lucas Coelho, Ryszard Kapuscinski
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