02 julho 2009

2048


Andre Kertész


Pedro Mexia deu ontem entrada, pela mão amável e surpreendentemente intimidada de Constança Cunha e Sá, na galeria dos homens de cultura do regime. E pela amostra o novo regime não vai espantar. Ainda não é ministeriável para a Cultura - uma espécie de Malraux-Lang da sra. MFL-, não sabemos se sucederá a Bénard da Costa na Cinemateca- o que seria uma boa escolha, diga-se de passagem. Mexia respondeu como se esperava. É uma mente bem estruturada, limou a radicalidade de direita, é um católico praticante que procura ler sobre a sua religião, vive da escrita e merece viver bem quem assim escreve. Permanece cínico e pessimista- mas a vida sorri-lhe e se resolver a questão que mantém com as mulheres, mesmo esta sua idiossincrasia se adoçará. É agora capaz de escrever sobre tudo: e em breve sobre coisa nenhuma. Tem consciência do seu público- quando Constança Cunha e Sá o questionou por ele só parecer conhecer alguma música pop, escusou-se, dizendo já ter escrito sobre Haydn e Messiaen.
Em tempos, Osvaldo M. Silvestre escreveu a sua nota necrológica que, parecendo irónica, se veio a revelar incrivelmente certeira. O tempo passa depressa, neste começo de século.

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