09 outubro 2009

Aristóteles e a cortesã


Memmo di Filippucio, Siena (1288-1324)

O título do fresco (Palácio Comunal, Torre Grossa, S. Gimignano) é "Aristóteles e a cortesã Filide" ou Philis. Segundo Bellini ela é Campaspe, a amante iniciática do jovem Alexandre, a tornar-se o Grande, pupilo de Aristóteles. Retratada por Apeles, o maior entre os pintores da Antiguidade, a obra resultou tão perfeita que Alexandre, ao vê-la, trocou a mulher pelo quadro, abrindo assim uma enorme perspectiva à Teoria Geral da Obra Arte e uma vida medíocre à sua amante, de aí em diante entregue a um artista. Quem se viria a apaixonar por ela seria o próprio Aristóteles. A lenda popular do séc XIII mostra o filósofo, um velho, que por amor se deixa humilhar. Dizem que a imagem simboliza o infortúnio do amor. Bronx só consegue ver um homem cavalgado por uma mulher na posição que lhe confere menos possibilidades. Bronx tenta, olhando longamente o fresco, perceber quem foi esse Memmo di Filippucio, setecentos anos atrás, na Siena do bom governo dos Nove. E então, no quarto mal iluminado da Torre Grossa, o chicote abriu um monte de possibilidades narrativas.

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