Joaquim Manuel Magalhães
Há no trabalho poético mais recente de JMM (O Toldo Vermelho, Relógio D´Água) uma contradição insanável. Toda a destruição opera num objecto preexistente. Pode ser depurado. Pode ser reduzido à sua essência. Pode ser tomado como matéria, cal, argila, tinta, som, os neuromediadores mobilizados pelas áreas do cérebro onde se formam as palavras. Mas foram os budas das colinas a ser destruídos por talibans enlouquecidos. Antes dos Budas havia a colina. A destruição escolheu as estátuas. Perceber profundamente a destruição e o que dela resultou, pressupõe o conhecimento da coisa destruída. Ironicamente, o texto que se quer único, remete e recorda sem cessar o texto mutilado. Como o que resta. Mesmo que reste apenas a "pressão do prepúcio na glande".
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Etiquetas: poesia
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