25 outubro 2010


Um tempo de órfãos recolhidos por padres compassivos. E de mulheres que vinham de noite, encapuçadas, correndo riscos inauditos. Bilhetes, cartas, mensagens furtivas e uma legião de mensageiros e mensageiras, fiéis e infiéis, que se confundiam com as paredes, a mobília, as árvores. Um tempo de ciladas, intrigas, enganos, disfarces. Nada era o que parecia. Em cada casa havia um quarto cuja porta não se abria. E as mulheres desfaleciam. As mulheres estavam sempre na iminência de uma síncope. Desfalecia-se muito bem no século XIX. Até a Condessa de Penacova ganhava algum encanto ao desmaiar.

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2 Comentários:

Blogger Ana Cristina Leonardo disse...

texto que me fez pensar no adjectivo adorável

segunda-feira, outubro 25, 2010  
Blogger Maria José Vitorino disse...

O filme é com efeito maravilhoso, e os desfalecimentos propiciam o desenrolar dos enredos.

terça-feira, novembro 02, 2010  

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