03 março 2011

A falta de imaginação


Pandora, de Joseph Lefebvre

Quando os dirigentes soviéticos que fizeram a Perestroika foram questionados sobre o sentido do seu movimento, responderam:- Não temos a menor ideia. Depois dos líderes mais fracos dos países islâmicos terem sido derrubados, os jornalistas do ocidente fizeram a mesma pergunta aos que identificaram como novos protagonistas. E a resposta foi a mesma.- O nosso movimento está em marcha, mas não fazemos nenhuma ideia para onde.
Terá sido sempre assim, na história? Os historiadores que nos digam se as formas sistematizadas como hoje vemos as grandes revoluções do passado, não serão mais do que construções retroactivas, feitas pelos novos sistemas quando ideologicamente estabilizados? No início, no big bang das hordas a destruírem os palácios e a procurarem as sedes recônditas do poder, era só poeira e confusão? Há um programa revolucionário , tão simples que parece pueril, debitado pelas seitas islâmicas mais radicais. E deve haver outro, perigosamente autista, produzido pelos equivalentes locais dos bloggers sangrentos, tipo 5 noites. E depois fica a cantilena dos comentadores, oficiantes da decrépita religião do mercado, crescendo como cogumelos em todas as estações e restantes meios de anestesia, olhando para as Líbias como Pandora para a caixa de Epimeteu. Não haverá imaginação para lá desta ? Não haverá, entre tantos que difusamente sonham outra coisa ,quem a comece a querer viver, debaixo do sol?

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1 Comentários:

Blogger Riforfo Rex disse...

(Escribo en español porque no se portugués, espero que me entiendan)
Una de las cosas que le caen a uno encima como un mazazo al llegar a una edad es el convencimiento de que, en efecto, las cosas son así. Todo es resultado de un azar levemente guiado. Lo demás es lo que tu acertadamente describes como: construções retroactivas, feitas pelos novos sistemas quando ideologicamente estabilizados.
¡Qué triste!

domingo, março 06, 2011  

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