23 janeiro 2012

O aumento das taxas moderadoras



Grupos privados arrecadam mais 13% com a saúde em 2011

Os quatro maiores grupos económicos a operar na área da saúde em Portugal facturaram, em 2011, mais de 924 milhões de euros, um crescimento a dois dígitos (13%) face ao ano anterior. Para este ano, com o aumento das taxas moderadoras, e apesar da diminuição do poder de compra, os privados esperam que o negócio continue a crescer.

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22 janeiro 2012

Eu quero lá saber do CS!, por Teresa Villaverde

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20 janeiro 2012



"Portugal está à beira de um ponto de viragem nos mercados de dívida", V.Gaspar (min.)

"Os juros da dívida pública portuguesa continuavam hoje ao fim da manhã a bater novos recordes" (dos jornais)

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19 janeiro 2012

Prodígio por prodígio, maior será a Assunção que a Imaculada



"O 15 de agosto, é o sentimento que tenho [sobre o feriado que pode deixar de o ser]", padre M.Morujão porta-voz da CE

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18 janeiro 2012




“Mais ambicioso, inovador e audaz” do que a troika queria, PPCoelho (1º Min.)


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A desgraça como estado natural ou Vale a pena. Não vale a pena.


André Bonirre

crónica de 13 de janeiro de 2012 no jornal i. Hoje leia no i, O décimo primeiro


A destruição da Alemanha no final da Segunda Guerra Mundial foi descrita por W.G. Sebald num livro que se chamou Guerra Aérea e Literatura. O livro seguiu-se a uma série de lições sobre o tema que Sebald proferiu em Zurique no final de 1997. Foi publicado em 2003 e traduzido e editado entre nós em 2006 com o título História Natural da Destruição. Apesar do meu interesse por uma época da qual conhecera tantos intervenientes, só nessa altura, como muitos leitores, tomei conhecimento da barbaridade desses acontecimentos envolvendo, na esfera da decisão, os avós dos nossos contemporâneos ingleses e tendo como figurantes simpáticos anciãos como o papa Ratzinger.
Em 1975 a descolonização do império português deu origem a outro drama silencioso. Num ambiente de guerra civil, milhares de famílias regressaram a uma metrópole desfigurada que lhes retirara qualquer lugar simbólico. Os relatos ficcionados desse exílio começaram a aparecer há pouco e O Retorno, de Dulce Maria Cardoso, foi justamente considerado como um dos acontecimentos editoriais do ano de 2011. Foram precisos cinquenta anos para um escritor alemão com notoriedade se debruçar sobre o horror e a humilhação dos vencidos da Segunda Guerra e trinta e cinco para uma portuguesa transformar em novela o retorno dos colonos no ano da independência de Angola. Como se uma lei estipulasse que quanto mais grave é a realidade mais afastados dela teremos de estar para a retratar.
No livro de Dulce Maria Cardoso uma família regressa a Portugal sem o pai, preso antes do embarque por um grupo armado. À chegada, a mãe oculta este facto e justifica a ausência com histórias pueris.
Se os acontecimentos não são comparáveis a vergonha dos derrotados é a mesma. Coetzee descreveu-a como um castigo que não se recusa, que se vive todos os dias tentando aceitar a desgraça como um estado natural. Sebald fala de um justo castigo, de um poder mais alto que não se pode contestar, um segredo de família vergonhoso.



No último dia do ano que acabou, saí cedo da casa onde dormira. Na rua cruzei com um grupo que ainda não esvaziara completamente o líquido de cor repugnante de uma daquelas garrafas de litro e meio. Andavam com determinação, como se tivessem um destino. Estava frio, mas o rapaz que caminhava à frente tinha a camisa desapertada. Eram secos de corpo e de olhos muito fundos. Atrás vinha uma mulher de preto até às pálpebras. Quando passou por mim disse por duas vezes: “Não vale a pena”.
No hospital, entre os internamentos da noite, estavam três adolescentes. De madrugada, ao fumarem fertilizantes de plantas, um deles caiu exânime e feriu-se no queixo. Ao ver o sangue, o segundo adolescente tombou prostrado ao lado do primeiro. Minutos depois foi a vez do terceiro desmaiar. Quando chegaram ao hospital, o rapaz da ferida no queixo recitava um poema que a médica de turno não foi capaz de identificar e os dois amigos, já restabelecidos, tremiam, ao que disseram apreensivos com a situação do ferido.
No final da manhã saí do hospital e sentei-me na praça C. A praça tem uma estátua, um café e uma esplanada de geometria variável. As pessoas arrastam mesas e cadeiras acompanhando o movimento do sol. Fiz o mesmo, surpreendido com a velocidade da sombra e a perfeição da coreografia. Ao terceiro movimento sorri para os que estavam mais próximos, mas eles ignoraram-me. Entrei depois numa igreja cujo adro fora ocupado por escuteiros laicos, fugidos aos responsáveis. Duas raparigas tinham-se sentado na segunda fila da nave, amparando mutuamente um sono de luxúria. Quis fotografá-las mas algo me impediu de o fazer, entre o abandono delas e o olhar confundido do filho de Deus. Em seguida desci ao centro histórico. Um pedinte gritava “Ladrões” e recolhia as moedas de um tapete imundo. Uma miúda muito magra pediu-me lume. Tinha vários malabares na mão, mais do que mãos humanas conseguem segurar. Acendi-lhe o pavio que me estendia e, ao pressionar o isqueiro, pensei: “É o fogo que Smiley dá a Karla”. Ela dirigiu-se à base de um candeeiro que usava como camarim. Entre os seus pertences havia duas garrafas. De uma delas, imprudentemente, emborcou uma considerável quantidade de líquido. Com o pavio acendeu as tochas. Atirava-as ao ar com notável perícia. Depois cuspiu o fogo por três vezes. Voltou a aproximar-se de mim. Aquilo parecia-me bastante perigoso. Foi a coisa mais inteligente que encontrei para lhe dizer. “Porque usa querosene, minha querida? Parafina é muito mais seguro.” Ela respondeu, sem parar de se movimentar. “Eu sei, é perigoso, mas vale a pena, é bastante rentável. A parafina está a custar seis euros, três vezes mais que o querosene”. Limpou a boca, bebeu um gole de água. “ Tenho de aproveitar estes dias antes que chegue a chuva”. E depois de abafar as tochas aproximou-se das mesas dos cafés mais próximos e estendeu um chapéu aos ocupantes recolhendo algumas moedas. “Acabou?”- perguntei-lhe. “Não, não acabou.”- respondeu . “ Está apenas a começar”.

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17 janeiro 2012




“Portugal mostra ao mundo, aos mercados, que mais uma vez sabemos ", Santos Pereira (Gov)


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Paulo Teixeira Pinto recebeu 10 milhões à cabeça

Carris negoceia 400 saídas, cerca de 16 milhões de euros



Paulo TP: pensão anual vitalícia de 500 mil euros

Carris: indemnizações máximas de 25 mil euros

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16 janeiro 2012

13 janeiro 2012

Portugueses eufóricos, os mesmos




Cavaco Silva, Ferreira Leite e Campos e Cunha sem cortes nos subsídios || Banco de Portugal quer pagar o 13º e 14º mês aos reformados

Governo prepara grande conferência sobre “reformas estruturais” || PSD e CDS devem chumbar tributação de empresas que deslocalizem capitais

[ou morrem pouco ou nem aquecem o lugar] || O BdP detinha 1864 empregados em situação de reforma, correspondendo a 113% do total de empregados

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12 janeiro 2012

Portugueses eufóricos, exemplos




Manuela: "Tem sempre direito, se pagar.", em resposta a "...alguém que tem 70 anos tem direito à hemodiálise ou não?”

Álvaro: "Será o pastel de nata diferente do frango de churrasco?", seguido de "Eu sou português e tenho orgulho"
Menezes: "Eu gostava de ganhar o ordenado de Catroga. Mas quem ganhava aquele ordenado era o ex-presidente António de Almeida, quadro do PS"

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10 janeiro 2012

E para o Ângelo Correia não vai nada, nada, mesmo nada, nada





"Catroga com remuneração anual de 639 mil euros que acumulará com uma pensão de mais de 9600 euros/mês"

Catroga comentou:

«50% do que eu ganho vai para impostos. Quanto mais ganhar, maior é a receita do Estado com o pagamento dos meus impostos, e isso tem um efeito redistributivo para as políticas sociais.»


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05 janeiro 2012

Eduardo Catroga será o novo "chairman" da EDP





Ao antigo ministro das Finanças juntam-se Braga de Macedo e Ilídio Pinho

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04 janeiro 2012

A cabana de Thoreau




Tacita Dean


O Rui licenciou-se em Filosofia e cinco anos depois obteve o grau de Mestre em Filosofia Contemporânea. Há mais de 15 anos que é professor profissionalizado no ensino secundário e, depois de um doutoramento em Semiótica Social, numa Universidade . Foi formador de professores e de outros profissionais, editor de mais de 300 livros, co-autor de manuais escolares premiados. Publicou vários ensaios filosóficos e contos de literatura infantil. Foi investigador de um Centro universitário e bolseiro da FCT.
“Hoje”, escreveram-me, “o Rui foi dispensado. As novas regras exigem cortes de pessoal. Os alunos fizeram um abaixo assinado - mesmo os que não tiveram boas notas - a dizer que ele é um excelente professor”.

A Rita é psicóloga. Fez alguns estágios não remunerados e depois assinou um contrato com uma empresa farmacêutica. É competente, discreta, elegante e escrupulosa no cumprimento dos seus deveres, como diria a informação curricular de um patrão justo. Há um mês ganhou um prémio por ter ultrapassado as metas de produção. Na semana passada foi chamada de urgência à direção. “A alteração das condições de mercado em Portugal” exigiam o despedimento de alguns trabalhadores. Como ela.

Como chegámos aqui? Da mesma forma como se pergunta, quando nos informam de uma doença grave. Como se deixou chegar àquele estado? Há quanto tempo sangrava? Ninguém lhe palpava as mamas? Não se assustou com a tosse?

A calamidade que nos atingiu não é nenhuma doença infecciosa, embora se espalhe como uma praga. Não é um terramoto, nem um tsunami, a queda de um meteoro, o aquecimento brusco. É um efeito do sistema económico que os humanos construíram embora o controlo lhes pareça fugir das mãos. A história das civilizações que soçobraram ensina que não lhes bastou diagnosticar o mal. Enquanto houver beneficiários continuarão a cortar as árvores para erguer manipansos, como os homens da ilha da Páscoa fizeram até ao último tronco. O combate à iniquidade do sistema económico exige serenidade, firmeza e solidariedade.
Firmeza para isolar os responsáveis. Os responsáveis são os que definem a estratégia económica suicida e os que a executam. País de criptofascistas há 50 anos, esta pátria tem o material desses anos de ditadura parola: os bufos, os medrosos, os amorfos e os solícitos executantes. Dos bufos não falarei. Espécie abjeta que segreda a ouvidos mais abjetos ainda. Os amorfos são os que pensam que a desgraça só acontece aos outros: aos judeus, aos pretos, aos comunistas e aos pecadores. E vestem-se de virtude, empoam a face para não serem confundidos com essa gente que, talvez, quem sabe, “ mereça a sorte que tem”, 750 celas novas numa frase inspirada da “nova ministra da Justiça”. Os medrosos são dignos de piedade. Perdem sem ter lutado e são o trunfo maior da iniquidade. Mas os zelosos cumpridores de leis e disposições legais são a pior destas subpopulações, na nomenklatura do tardocapitalismo. São os decisores dos níveis intermédios, sem ideologia nem partido, os que não despedem mas comunicam os despedimentos, não cortam mas aplicam os cortes, não proíbem mas mandam proibir, não contratam nem renovam os contratos, não concordam e até talvez discordem das medidas que aplicam.
Serenidade, para dar à racionalidade económica do tardo capitalismo uma resposta que só pode ser de uma outra ordem e de uma outra dimensão. Essa ordem tem de ser poética e antiprogressista. Tem de recuperar formas de pensamento pré imperiais, em que o objetivo não seja o crescimento mas a sustentação, em que toda a publicidade seja considerada enganosa, em que o crescimento das empresas seja limitado e os políticos tenham de estudar filosofia antes e não depois de disputarem as eleições. As profissões mais consideradas sejam as que, nas palavras de Misha Gromov, tentam revelar os quatro mistérios do mundo. Uma ordem em que o maior crime seja a destruição da natureza e a interdição de matar ou de manter em cativeiro se aplique aos humanos e aos outros animais.
Finalmente a solidariedade. Baseada no individualismo e num utopismo pós histórico. Chamemos-lhe já um paratopismo pós histórico, porque nos chamarão utópicos os que nos querem conformar com a miserável realidade que preparam e por isso melhor será que nos antecipemos na designação. A nossa paratopia reconhecerá as utopias históricas como perigosas e construirá respostas limitadas e de mínima dimensão.
Se as respostas globais falharam é preciso deixar ao tardocapitalismo a ilusão global. Ocupar-nos-emos dessas infinitas mínimas coisas, sem ambição total, deixando os governos, a sua corte e os seus beneficiários a falarem sozinhos num terreno queimado e cada vez mais rarefeito. Seremos monges e monjas e se for caso disso mendicantes, mas sobreviveremos ou hão-de sobreviver os nossos livros, as nossas cabanas como a cabana de Walden onde Thoreau pensou a desobediência civil, a nossa música, as esculturas de madeira talhadas como as figuras de Baselitz, com gorros onde se lê ZERO e relógios nos punhos assinalando a hora quase final em que escrevemos estas crónicas.

hoje no i A desgraça como um estado natural

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03 janeiro 2012

O Padre, o Gestor e o BPN deles






O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) condenou o BPN a devolver 3,584 milhões de euros com juros desde Abril de 2006, ao Instituto Missionário da Consolata, com sede em Fátima.
...
Agora é o Estado português que terá de ressarcir aquela instituição religiosa, já que é responsável por todas as obrigações do BPN entretanto nacionalizado.
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O gestor do BPN foi condenado, em 2008, por burla e falsificação a quatro anos e meio de cadeia com pena suspensa.


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A deputada disse não querer falar





PSD apaga de relatório sobre as "secretas" alegadas ligações das chefias à Maçonaria

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