30 setembro 2007

A seta para baixo de Pacheco Pereira

As eleições no PSD foram para nos desviar dos verdadeiros problemas, como costuma dizer o partido Comunista. Marques Mendes pôs na sombra Valentim Loureiro e Isaltino. Mas eles são o natural, neste país, e quando se expulsa o natural ele volta, a galopar. Aí temos o portugalete de 2007: Sócrates, Portas, Jerónimo e Meneses.

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Casa de Caetana




A Rosa diz que há sítios com imensas possibilidades narrativas, uma espécie de campus dramaticus onde mesmo actores medíocres atingem uma dimensão trágica. O ramal da Lousã e a CP em geral, diz a Rosa, são desses lugares, onde até as sombras das mulheres têm história. A casa da Caetana, à noite, vista do largo da aldeia, tem as salas iluminadas e as janelas abertas como olhos espantados entre os abetos da Noruega, as pereiras e o castanheiro. O portão, por baixo do belvedere, tem um cadeado falso. Todas as protecções são falsas, na casa da Caetana. Na noite em que abri o cadeado e entrei no jardim, pisei as ervilhas de cheiro e entrei por uma janela de guilhotina. Havia luz em todas as salas e do andar de cima vinha uma música que depois, nos autos, soube ser o lamento de Jeremias, de Niccola Amedeo. Subi as escadas até ao primeiro andar, e depois até ao sótão. Fiquei num lance da escada, à espera de vozes. Depois calou-se tudo, apagaram-se as luzes, desci até à porta do sótão, tentando respirar sem ruído. Do outro lado ouvi a respiração apressada de Caetana. Eu fazia pequenos movimentos, mas a cada um rangiam os degraus, os joelhos e os tornozelos, ecoava apressada cada sístole. Do lado de lá alguém fazia exactamente os mesmos movimentos e segurava o ar ao mesmo ritmo. Um de nós ia abrir a porta e ficar em desvantagem. Ser visto antes de ver. Ouvir o grito antes de gritar.

foto deAlison Brady

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Mika Brzezinski: uma mulher do Mal



Mika Brzezinski, ou o que aconteceria se os jornalistas adoptassem este código de conduta.

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29 setembro 2007

Drink my ocean

28 setembro 2007

Sinking and surfacing



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Saudades do Lopes

Contaram-me que o Lopes se levantou e deixou a entrevistadora a falar sozinha. Que depois veio o Ricardo Costa dizer que o Lopes queria primeiras páginas, quando nós sabemos que o Lopes pode querer, mas quem faz a primeira página é o Ricardo Costa. O Lopes ajudou a criar este monstro. De sound bites, alinhamentos, interrupções, repetições, comentaristas especiais. Agora o monstro tem falta de artistas especiais, genuínos, um pouco imprevisíveis, populares, mas bem calçados. Já não se aguenta o Rogério dos advogados. Mas o Lopes não é homem para todos os canais. Nós fizemos campanha contra o Lopes, com a verdade, o exagero e a mentira, para o tirar de lá logo que o Sócrates se sentisse capaz. O Lopes, por muito deprimido que possa estar, não é um homem para todos os canais. Lopes é um herói dos tempos difíceis e ontem, entre os pigmeus que disputam a liderança do PSD e dos controleiros da televisão, Lopes foi ele mesmo, o nosso Lopes.

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Esmeralda

Estou a escrever sem colchão. Ainda me espeto, sem conhecer a opinião do Super Psico Sá nem do Moita Flores. Nem do departamento de psicopedagogia do chc. Mas entre um sargento e um juiz, prefiro o sargento. Deve haver juízes que não sejam broncos nem medrosos. Há de tudo na espécie humana, uma esplêndida variedade. Já na Relação, não sei. Também é bom ser grande, forte e rico. Pai velho bate com muita força. E ter um bom advogado que conheça os prazos. Quando Esmeralda tiver quatorze anos, foge. Mas para onde é que Esmeralda pode fugir?

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27 setembro 2007

Gime, bandoneon, tu tango gris

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À vista

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26 setembro 2007

Pontos de vista



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Bom dia: Sous les Avalanches



Vincent Delerm - Sous Les Avalanches
Album: Les Piqures D'Araignee
Year: 2006
Title: Sous Les Avalanches


sur ta peau les bleus et les brûlures
sur ton menton les trois points de suture
la cicatrice en haut de ton bras
je t'aimerais moins si tu les avais pas

sous les avalanches
t'es pas étanche
dans cet igloo
tu te cognes partout
t'as pas la dégaine
d' miss aquitaine
t'as par le cerveau
de la dame avec un chapeau

tu feras pas de publicité shampoing
pour trois millions parce que tu les vaux bien
tu seras pas ambassadrice coco
d'un vieux parfum pour les futures vieilles peaux

mais sous les avalanches
t'es pas étanche
sur cette banquise
une tour de pise
t'as pas le ventre plat
de miss albigeois
Sous Les Avalanches Lyrics on http://www.lyricsmania.com
t'as par le cerveau
de la dame avec un chapeau

il y aura encore deux trois arêtes
des auto-tamponneuses dans ta tête
des épines des ronces et des orties
il y aura encore un peu la vie.

sous les avalanches
t'es pas étanche
dans c' bac à glace
tu cerches une place
t'as pas trop les genoux
de miss anjou
t'as pas l' cerveau de la dame avec un chapeau
t'as pas la dégaine
d' miss aquitaine
pas le ventre plat
d' miss albigeois
t'as pas les fesses
d' miss pays de bresse
t'as pas le cerveau
d' la dame avec un chapeau.

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25 setembro 2007

André Gorz (1923-2007)

O desistencialista André Gorz suicidou-se com a mulher. Escrevera, em 1980, o livro polémico "Adeus ao proletariado". Agora a missa acabou, a conversa também, e o cartesianismo deixou-lhe um bilhete à porta a indicar a quem chegasse que deveria avisar a polícia. Law and order. Kant no faroeste.

//sent by Rosaarosa

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Ana de Amesterdão





Na blogosfera conhecida o meu blog preferido é o que leva a assinatura de Ana de Amesterdão.


Os que não gostam lá muito de mim, mas não me ignoram completamente, linkam este blog como Natureza do Mal. Se escrevessem A Natureza do Mal podiam dar-me um destaque imerecido, ao lado do Abrupto ou do Aalto, Alvar, sei lá. A Ana de Amesterdão linka-me sem o artigo e eu percebo que a irrito, que o que escrevo a irrita ainda mais do que a mim quando me leio. Como sou auto-centrado, quando ela escreve aquele desprezo sobre os gajos e as gajas dos blogs, exibicionistas de pilita murcha, de pernas abertas, sou tão bom, leio tanto, conheço tantos escultores, penso sempre que está a falar de mim. Vigio-me, quase não dou opiniões, não falo da maior parte dos livros que leio. Mas esta incomodidade colou-se à pele (murcha).
Gosto da escrita dela, do personagem que compõe. Uma mulher magra, pequenina, indiana, que vai para o emprego de manhã num comboio do Oriente, uma anaconda gigante, ( a CP, diz a Rosa, tem um grande potencial dramático), come na cantina, deseja a morte doce ao peixe do aquário da repartição, no café ouve as conversas da mesa do lado, escreve de noite e de madrugada enquanto os filhos dormem, toma ansiolíticos, concorre aos jogos florais do RCP com uma radionovela cujo título é Barcelona Red, sonha com ratos, baratas, armazéns, encontra no caminho gente fantástica, a gente da capital do quinto império, o visconde cortado ao meio, as mulheres a dias, tanta gente.



O blog da Ana não é maricas. A Ana não permite comentários, não tem sitemeter, não lê blogs da ralé. A Ana criou o blog para poder insultar a Mafalda Ivo Cruz. Mas é a única pessoa capaz de escrever um post assim:


Pedro
Finalmente tenho um Pedro na minha vida




E uma palavra: Urzeiral.
Pelo poder de um blog eu continuo a ler. É o blog de Ana de Amesterdão.

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Beautiful Boyz

Artist: Cocorosie
Album: Noah's Ark
Year: 2005
Title: Beautiful Boys ( Print
Correct)




Antony :
Those, those beautiful boys
Those, those beautiful boys

Cocorosie :
Born illegitimately
To a whore, most likely
He became an orphan
Oh what a lovely orphan he was
Sent to the reformatory
Ten years old, was his first glory
Got caught stealing from a nun
Now his love story had begun

Thirty years he spent wandering
A devil's child with dove wings
He went to prison
In every country he set foot in
Oh how he loved prison
How awfully lovely was prison

Antony :
All those beautiful boys
Pimps and queens and criminal queers
All those beautiful boys
Beautiful Boys
Tattoos of ships and tattoos of tears

Cocorosie :
His greatest love was executed
The pure romance was undisputed
Angelic hoodlums and holy ones
Angelic hoodlums and holy ones

Antony :
All those beautiful boys
Pimps and queens and criminal queers
All those beautiful boys
Tattoos of ships and tattoos of tears

All those beautiful boys
Pimps and queens and criminal queers
All those beautiful boys
Tattoos of ships and tattoos of tears

All those beautiful boys
Beautiful boys...
All those beautiful boys
Beautiful boys...

Those beautiful boys...

24 setembro 2007

Rentrée literária

"E sabes daquele gajo muito bom, muito bom, que não sabe escrever e é preso e vive na rua e cometeu crimes e tudo? Um que tem o curriculum todo?
Sabes quem é?"

// Rosaarosa

23 setembro 2007

A crítica literária de Pedro Mexia, raramente perfunctória, é mesmo, quando adrega, de excepção.

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Edição



Dois anos depois: Arthur e George de Julian Barnes



Sessenta e dois anos depois: Drôle de Jeu de Roger Vailland.



Quinze anos depois: A 2ª edição de O Mundo é Pequeno de David Lodge

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Teresa Caeiro

Provavelmente Pedro Mexia gosta de Teresa Caeiro pelas mesmas razões que eu. Mas não precisa de ser tão ingénuo. O que levou os perguntadores à suposição foi o mesmo que fez Teresa Caeiro, a mulher que não gosta do Estado e conhece o código genético da direita, comunicar a sua gravidez a... Paulo Portas.

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O cheiro do jornal

Houve sempre qualquer coisa errada com as minhas sensações. Eu gostei do cheiro do jornal.

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Jorge Cramez: O Capacete Dourado


Um filme português, o primeiro filme de Jorge Cramez, é absolutamente de ver.
Capacete Dourado comete a proeza de reunir um par romântico, Ana Moreira e Eduardo Frazão. (Perplexidade : como é que, dias depois da estreia, Eduardo Frazão continua um desconhecido. Como é que os jornalistas do cinema não o entrevistaram, não nos dizem como foi escolhido, o que fez antes, onde anda agora.)
O filme conta um momento da vida de dois adolescentes, em Vila Real, Trás os Montes. Um rapaz de capacete dourado a caminho de um desastre e uma rapariga anoréctica no meio de outro.
A realização é excelente, culta, económica. A fotografia deslumbrante, mostrando este país, que, quando se sai de Lisboa para o norte, fica logo tão perto da Turquia e do Irão. Os actores bem misturados com os figurantes.
Mas o mais fascinante neste filme é a indefinição do tempo da acção, essa sensação que nos acomete quando entramos numa cidade como Nelas, Viseu, Bragança ou em S.Pedro do Sul, e tudo é simultaneamente antigo e da maneira nova que não queríamos. Lá estão os professores e a sala dos professores, a casa do dr.Rogério, os rapazes a consertar as motoretas e depois a irem experimentá-las, a pesca no rio Corgo, mas também o jogo na consola em que Jota saca informações de Margarida ao amigo, o rapaz que vende figos maduros no parque de estacionamento do Miracorgo, o monólogo da ucraniana no salão de bilhares. Vasco Câmara, no comentário que acompanha a reportagem do ipsilão, recorda que este filme e o seu autor pertencem à geração de Teresa Villaverde e Pedro Costa. Entretanto o filme não é datado. Não é o filme que Cramez não chegou a fazer nos anos 80. É um filme transgeracional, que pode reunir, em torno de um objecto quase-perfeito, a memória dos rebeldes sem causa, dos que nos finais dos anos 80 filmaram o sangue, a lava, os ossos e o silêncio e também os actuais adolescentes.
No final ficam algumas imagens: o toque do intervalo, os rapazes no corredor a puxar dos cigarros, a porta que se abre para uma varanda e de repente, atrás do olhar desafiante do Jota empoleirado no varandim, muito breve, só imaginado, o abismo.

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Julie Delpy




Imagine miss Allen (em branco desbotado) a viver nos Estados Unidos, com um namorado americano um pouco hipocondríaco e de traços magrebinos. Regressados de Itália, passam dois dias em Paris, a cidade de miss Allen antes de ser miss Allen. Ele conhece a casa de miss Allen no 18 ème, os pais de miss Allen, dois destroços soixante-huitards embalsamados em alcool e charros, os amigos dela que só pensam em fodê-la. Pior do que isso, em voltar a fodê-la. E Paris, uma cidade que no início parece um bilhete postal de Paris e depois é uma cidade estranha, à qual nunca acedemos verdadeiramente, governada por taxifascistas, atravessada pelos novos peregrinos, onde começaram os incêndios vegetarianos. Estou a falar do filme de Julie Delpy, Dois dias em Paris. Os críticos das estrelas, os que não gostam de cinema, os críticos das salas vazias da Lusomundo, acharam o filme um pastiche desinteressante de Woody Allen. Como se o filme não fosse de Miss Allen. Um filme feminino, onde a cidade, as casas, as camas, a música, a arte, as ruas e os homens, são de uma mulher que nunca será nossa, que mente um poucochinho, improvisa, quer ficar por cima.

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22 setembro 2007

Pipilotti Rist:she's not the girl who misses much

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21 setembro 2007

Maria



Operárias e Burguesas As Mulheres no Tempo da República
De Maria Alice Samara, A Esfera dos Livros

Um livro de pequenas biografias sobre mulheres das primeiras décadas do século XX, onde se pode encontrar a história de Carolina Beatriz Ângelo, a primeira mulher a votar em Portugal, ou de Domitila Hormizinda Miranda de Carvalho, que em 1891 requereu a matrícula ao Magnífico Reitor e se tornou a primeira mulher, depois da reforma de 1772, a entrar na Universidade.
A biografia que abre o livro é a de Maria, uma rapariga de Lisboa. Contada a três vozes: a narrativa de um polícia, o chefe Pereira dos Santos, que a ouviu em confissão nos cárceres de Torel e registou “um fundo romântico e subsistente, como uma reserva imaculada de sonho e de beleza”, de um médico, Asdrúbal de Aguiar, Professor do Curso Superior de Medicina Legal, que a despiu, pesou, mediu, examinou e anos depois publicou no Archivo de Medicina Legal o artigo intitulado “Um caso de homo-sexualidade feminina”, e finalmente a da autora, jovem investigadora da Universidade Nova, cuja escrita está deliciosamente contaminada pelo tempo do objecto estudado. Logo no início, Maria Alice Samara adverte para a incerteza das biografias, com a seguinte frase, que gostaríamos de passar a utilizar em tudo o que aqui, humildemente, escrevemos: “Podemo-nos perguntar se tudo se passou assim (…) Caso raro mas não único, arriscamo-nos a defender a possibilidade de ter acontecido.”

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Colocado em Mobilidade


Tobias, por André Bonirre

O J M Magalhães escreveu um dia que só faltava mijarem-lhe em cima. Agora a solução final leva o nome de “colocados em mobilidade”. Recebi um documento para olhar para os meus colaboradores, facínoras beneficiários do SNS, e decidir quais podem ser colocados em mobilidade. O meu legítimo superior recebeu o mesmo papel. No final do escrutínio, 25% devem ser colocados em mobilidade, de preferência com gás XPTO, o que resolveria de uma vez o problema da saúde e da segurança social.

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O regresso de Saint Just

"Algumas das reformas mais virtuosas-como as do ensino e as da saúde- demoram tempo a produzir ganhos visíveis".

Vital Moreira
Público 18 de set 2007

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Lerda Bloga: o segundo post sobre Outubro

História perturbante da conversão de um capitão da Stasi, A Vida dos Outros (Das Leben der Anderen, 2006) constrói-se a partir de uma frase, a propósito da sonata Apassionata de Beethoven, que terá sido dita a Gorki por Lenine: «se continuar a ouvi-la, não acabo a revolução.» O filme de Von Donnersmarck é sobre o percurso de um homem que resolveu ouvir a sonata e acabou por perder a fé no mundo protegido e carcerário que a revolução de Lenine engendrara e que ele próprio deveria proteger dos seus inimigos.

(ler mais aqui).

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Studio Azzurro


Elinor Carucci


Sopras-me nos lábios
a sombra dos grifos


deixas-me a pele rasa
um corpo fóssil
na garganta do rio.

Blue em Blue

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Temos que preparar a nosa cara de Inverno.


Bonirre na pescada nº5

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20 setembro 2007

Coimbra não vai ter


Matta-Clark, Gordon



Vergonha. E um dejecto no meio da cidade. Um esquife de cimento e tijolos. Uma ferida de que ninguém sangra. O que resta de um bombardeamento silencioso, um sismo, uma inundação. Coimbra não vai ter. Todos os dias, ao passar pela circular, não posso deixar de olhar para as gruas que assinalam o perímetro do cemitério. Já tive uma voz que me secou. Já cresceram as crianças, os adolescentes já fizeram o circuito dos Festivais e agora são precários sem causa. Já os pais envelheceram. Já o gerente do banco construiu no alto da colina. Já abriram estádios e fóruns dedicados ao pagode, à obesidade e ao endividamento das famílias. Já alguns gauleiters trocaram de lugar. O Malfeitor já foi e já veio, já nos comeu de frente e dos lados, rosáceo, inchado, pesporrento. Todos calámos, complacentes. Alguns gostaram. Há sempre quem cresça no lodo e na indemnização. Na vergonha que a cidade não vai ter.

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19 setembro 2007

Uma mulher do Mal: Rebecca Horn

18 setembro 2007

Fim de linha


Créditos: Isabel Ferrand

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17 setembro 2007

Hoje, La Niña Santa


La niña santa
Se eu pudesse recomendar um filme,era La ninã santa; se pudesse recomendar um realizador, era Lucrecia Martel. Não percam esta noite na dois.
Dormir, não é preciso.

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Ocreza


Para a Ana

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O regresso às aulas


Marilyn Minter


Hoje começam as aulas. Em lugar do Outono veio uma enxurrada tropical. Mesmo os mais distraídos percebem que se está a encerrar um ciclo médio de Juglar, do qual os sinais evidentes são o declínio de Scolari e de Mourinho. Algumas coisas devem permanecer, para sermos capazes de continuar a escrever: mesmo com esforço, só me vem à cabeça a compota de rainhas-Cláudias.

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Medianette



Dos jornais leio os títulos com vaga irritação. Já fui, para as jornalistas, algumas, como as midinettes para as estrelas de cinema.

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16 setembro 2007

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14 setembro 2007

O silêncio


Harri Kallio

Quando nos debruçamos sobre os estudos da consciências percebemos que funcionamos em torno de duas ficções fundamentais. Uma ficção sobre a nossa existência e uma ficção sobre o mundo. A partir de elementos dispersos e descontínuos elaboramos uma narrativa repleta de ligações e significados. Esta lucidez pode ser perturbadora. A maior parte das pessoas que lê a investigação sobre a consciência reage como os crentes enérgicos quando confrontados com a ausência de deus. Não querem saber, faz-lhes mal saber, agradecem que não lhes digam. Mas um dia ouvem o vazio. Um dia a brisa da manhã, o canto rouco de uma catatua, as rodas dos automóveis no alcatrão, a música da antena 2, não servem para esconder os silêncios. Os espaços de silêncio. Um dia habitaremos esses espaços, contentes por sermos, felizes da neblina e do nevoeiro, do suor e da saliva.

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13 setembro 2007



*patente na associação cultural Mercado Negro, em Aveiro, até 7 de Outubro.
3ª a Sábado: 13h - 00h
Domingo: 15h - 00h
R. João Mendonça, 17
3800-200 Aveiro

*Selecção dos poemas
Mercado Negro

*Design e ilustrações
Menina Limão

(com Little Black Spot e outros)

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Um seleccionador pró-activo

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E uns pró-xenetazitos

Um primeiro-ministro pró-xeneta #

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aqui e aqui.

(#proxeneta: intermediário de uma transacção)

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E um partido com princípios: "apoiamos todos menos alguns".

PCP tem como princípio geral a solidariedade para com todos
os povos, movimentos e organizações que lutam pela sua independência, por uma vida melhor para os seus povos, incluindo o recurso à luta armada.

Jerónimo de Sousa: 7 de Setembro de 2007, sobre as Farc

As instituições devem respeitar, no quadro do direito internacional, as relações diplomáticas com outros países e, nesse sentido, não se pode ter relações económicas, políticas e diplomáticas com certos países e depois procurar contrariar essa perspectiva justa do prestígio das instituições com uma visita de circunstância.

Jerónimo de Sousa: 12 de Setembro de 2007, sobre a visita do Dalai Lama a Lisboa, apoiando a posição do governo de Sócrates e insolidário para com o povo os movimentos e as organizações que lutam pela independência do Tibete.

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Um ministro pró-chinês

12 setembro 2007

Tam Tam



O novo blog de Pedro Morais

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Escrito na areia

Os médicos não lidam com a morte. Se exceptuarmos os médicos de Cuidados Intensivos, os raros médicos de Emergência e Transporte de Alto Risco, o dr. Pinto da Costa e os médicos da Anatomia de Grey, a morte é uma circunstância excepcional na prática clínica. Um cirurgião pode nunca ter contacto com a morte, ou pelo menos são os votos que fazem os pacientes. Um médico de clínica geral que trabalha num part time de um dia e meio por semana tem uma probabilidade baixíssima de ter um morto na consulta. Fiquei sinceramente preocupado por cheirar a morto, ou por uma mulher sensata pensar que levo comigo o cheiro que os cães assinalam. Esfreguei-me até à abrasão, fiquei a ver o meu ADN a ir pelo ralo abaixo, pus óleos de flores e madeiras na pele inflamada. Será que ainda cheiro? Será que cheiro aos mortos perfumados? Será que o cheiro fica para sempre? Tudo dependendo do olfacto, da proximidade, dos ventos dominantes?

(Para Vieira do Mar)

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11 setembro 2007

Lerda bloga

Faço de conta que nada sei

...e que ambos os arguidos são médicos e lidavam, por isso, com a morte no seu dia-a-dia.
controversa jurisprudência

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sms

Blue, já reparaste que a Linha do Norte tem um apeadeiro no Talasnal?

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10 setembro 2007

O Músico era meu amigo


Sarah Pickering


Recebi a mensagem de manhã. E fui até à terra dele, perdendo-me nas scuts, nas variantes, nas rotundas, no nó de P. Apesar das novas estradas, a aproximação à terra faz-se da mesma maneira. Já não se passa por Ervas Tenras nem Souro Pires, mas, ao virar de uma curva, o planalto estende-se por umas léguas até à Serra da Marofa, e no enfiamento do olhar, vê-se a cidade de P., a terra do Músico, como há muitos anos quando a vi pela primeira vez. Nessa altura a viagem durava quatro horas. Íamos para o nosso primeiro emprego a sério. Tinha lido o Goytisolo, e quando vi a mancha de P. à volta da Torre de menagem, veio-me à cabeça a fala do mouro a deixar a costa mediterrânea da Ibéria, ou de Goytisolo exilado da Espanha franquista: - Terra maldita, jamais regressarei a ti. A minha fantasia, que durou todo o tempo em que o Fiat, ou era o Datsun?, se aproximava de P., era que rumava a um sítio de onde se não voltava. - Terra maldita, jamais regressarei de ti- foi o que pensei, ou ouvi dentro de mim. Como sempre que lá voltei, quase só para encontrar o Músico.

Acabavam bem os dias em casa do Músico, sob a protecção do falcão cego. O Músico salvava-me da coligação doméstica das belas mulheres, da miséria do Ministério e da sopa com esturro da dona Celeste. Ensinava-me as estradas da raia, as manhas da Excomungada, os lugares de esconderijo, e, amigo dos animais, as habilidades dos burros, nas leiras, junto ao Côa.

Agora, o que conheço melhor na cidade de P. são as Igrejas. A da Misericórdia, onde decorrem os velórios, e ao lado a Igreja de S.Luís, para as missas de corpo presente. Foi para ali que levaram o Músico. Cobriram-no com a bandeira vermelha do partido comunista e puseram-no no cruzeiro. A missa decorreu como de costume: as epístolas de Paulo lidas pela voz titubeante das beatas, o peditório, o beijo da paz. O cortejo fúnebre a caminho do cemitério com as mulheres mais velhas a Rogar por nós os pecadores e os homens a revezarem-se ao peso do caixão. A bandeira vermelha era de fibra rasca, made na China comunista, e escorregava na urna. Havia sempre quem a compusesse, com um desvelo que se percebia ser dirigido mais ao Músico que ao trapo. À entrada do cemitério, um burro zurrou como há muito não se ouvia, de focinho esticado para o sol poente e as narinas incrivelmente dilatadas. E aliviado o féretro numa lápide, o padre rezou as exéquias, aspergindo com energia insuspeita a água do hissope sobre a foice e o martelo. O Músico hesitou, ele que não era dado a esses luxos, entre a vida eterna e o fim de tudo. E silenciosamente, como passara os últimos dias da vida, disse adeus à Luizinha e abandonou-nos. Sem o Músico, a cidade de P. não tem piadinha nenhuma. Nem da serra da Marofa à Guarda se vê quem esteja à sua altura.

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08 setembro 2007

Lembrar Ingrid Betancourt na Festa do PCP



Há uma semana escrevi um aviso aos incautos que forem à festa do PC. Serão cúmplices do cativeiro de Ingrid Betancourt e dos reféns das Farc. Cúmplices da repressão sobre o povo da Coreia. Cúmplices da tragédia cubana. Num comentário correcto, António Vilarigues deu-me informações sobre a táctica actual do Partido Comunista da Colômbia (PCC). Passei horas a documentar-me sobre o assunto. E corrigi: o PCC integra uma frente política representada no Parlamento e no Senado que repudia a luta armada e considera as Farc e a política personificada pelo actual presidente, duas faces do mesmo bloqueio. Infelizmente o secretário geral do PCP, Jerónimo de Sousa, hoje entrevistado no Público, (jornal.publico.clix.pt/) não teve quem lhe fizesse o trabalho de casa. Às perguntas das jornalistas respondeu
javascript:PopNews('http://www.publico.clix.pt/forms.asp?f=frmComment&idCanal=0&origin=EI&id=11898611','Comentarios',%20545,350,%2020,200)


Insistimos: o PCP considera as FARC uma organização terrorista?
Independentemente do questionamento e da não subscrição deste ou daquele método, o PCP considera que o povo colombiano, na sua expressão das FARC, com essa separação em relação a métodos, tem todo o direito a responder a uma violência fascista, terrorista, que não limpa a imagem do Governo Uribe. Há um processo de intenção de classificar de terrorismo uma parte que luta pela defesa da soberania e de procura da melhoria das condições do seu povo. Para não ser deturpado nas palavras, o PCP tem como princípio geral a solidariedade para com todos
os povos, movimentos e organizações que lutam pela sua independência, por uma vida melhor para os seus povos, incluindo o recurso à luta armada. O PCP é contra qualquer acto terrorista que ignore essa luta de resistência e essa luta de emancipação.



Podem ler as vezes que quiserem. O homem, tal como Vítor Dias no seu blog, não menciona nunca o nome das vítimas da Farc. E, mesmo pressionado, não se lhe consegue fazer sair da boca nenhuma condenação dos métodos da Farc, nem do terrorismo. Ele considera as Farc uma expressão do povo, e encontrou a expressão farisaica que melhor caracteriza a política sem princípios do seu partido: O PCP é contra qualquer acto terrorista que ignore essa luta de resistência e essa luta de emancipação. Como nenhum terrorista ignora essa luta de resistência e essa de emancipação, Jerónimo e o PCP são contra o terrorismo em geral mas não têm nada contra os terroristas em particular.

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07 setembro 2007

Setenta vezes sete


Alyson Brady


Na rua em que nasci vejo o prédio e o andar. Estão bons para o camartelo. No bairro operário, onde agora escrevo, estou quase sozinho. Eu e o senhor Nuno. Depois do pôr-do-sol, o senhor Nuno calça umas luvas pretas iguais às dos rapazes da musculação e anda na varanda da casa, sete passos para cada lado, ida catástrofe e volta, setenta vezes, até ser noite ou a dona Mariazinha o ir buscar e acabar com aquela agonia peripatética. Hoje apanhou-me a sair de casa e perguntou-me: - Então vai vender o andar? Andam aí a dizer que nos vai deixar. Sosseguei-o. Nunca deixo os sítios que habito. Se tivesse dependido de mim continuaria a viver no prédio da rua em que nasci. Não suporto a ideia de viver num sítio sem o senhor Nuno e a dona Mariazinha.

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04 setembro 2007

A Música das Esferas

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A roulotte da companhia aeronáutica


Kelli Connell, Double Life

Os meus pais vagueiam pela cidade e dedicam-se a pequenos assaltos. Sigo-os, ouço as conversas, sempre entre corridas. A cidade tem sete colinas. Para nós é sempre a descer. Quando regressamos eu adianto-me uns minutos, abro a porta de casa e entro num corredor escuro que acaba numa retrete. A casa está muito desarrumada, o que, com a vida que levamos, não me espanta. Não há comida. Hoje passámos por uma roulotte que vendia objectos estranhos. O meu pai animou-se muito e explicou que era um posto de vendas da companhia aeronáutica, não identificado. Do melhor, e tudo por uma pechincha, disse. O meu pai nunca disse pechincha, nem eu me lembro de utilizar esta palavra sem grande significado para quem, como nós, vive de roubos e achados. Mas dá uma ideia do que o meu pai disse. A roulotte não era completamente anónima, porque tinha um placa discreta com o nome da companhia aeronáutica, não o nome habitual, mas uma contracção anglicizada. Os objectos em exposição eram de ligas leves, PVC, poliuretanos, kevlar. As cores do jade, da lavanda e do apricot. As mulheres dos funcionários da companhia aeronáutica, com blusas claras e saias rodadas, entravam e saíam da roulotte trazendo cartuchos de papel branco, dos que se usam para o pão, dos quais saiam tubos coloridos, como braços de anémonas. Embora sobre nós pairasse a ameaça da policia de intervenção, a cidade parecia amena. Frente à roulotte da companhia aeronáutica demorei-me a tocar os materiais coloridos, sem saber que tocava no poderoso gáudio das mulheres.


(créditos: Miss Alenn)

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03 setembro 2007

Esferas II



No voo 1823 de Atenas para G. deram-me a janela. Não gosto da janela. Tenho claustrofobia e prefiro a coxia das filas de emergência. Como tento ser o último passageiro no embarque, o que chamam depois do last call, os meus companheiros de fila já estavam sentados e sem vontade de se levantar. Pedi-lhes licença em francês, sugestionado pelo lugar de destino e pela roupa. Era um casal. A mulher olhou para o jornal que eu trazia debaixo do braço e disse-me, num espanhol perfeito, que quienes lee El Pais no necesita de permiso. A viagem prometia conversa mas nenhum dos meus companheiros voltou a dirigir-me a palavra durante as duas horas e meia de voo. Liam. Ela, o que parecia um caderno de exercícios de respostas múltiplas, ele, um livro brochado, espesso que desencadeou imediatamente a minha curiosidade. Os livros de ambos estavam encapados em papel kraft, meticulosamente, como pensava que só a minha mãe era capaz de fazer aos livros escolares. O livro dele era profusamente ilustrado e pude ver um quadro de Durer representando a Fortuna, tendo aos pés os vales da Europa que atravessávamos, uma bolha enorme como as que dizem que se soltam na deflagração das bombas de hidrogénio e moedas cunhadas durante o período de César. Sentado à minha direita ele fazia pausas, durante as quais abria um pequeno bloco de tiras autocolantes, destinadas a assinalar um parágrafo especial. Olhava longamente para as tiras alinhadas no kit, amarelo, rosa, laranja, azul e escolhia sempre a mesma, a de cor laranja. Depois desenhava com precisão um diagrama no bordo livre da tira autocolante. Círculos e semi-círculos, atravessados por um traço oblíquo, por um S alongado, sinos deitados, cruzados, com um ou dois pontos de exclamação. Finalmente colava-a, de forma a que ficasse alinhada com as das páginas anteriores, ou da própria página, pois o livro estava densamente comentado, ostentando uma marginalia exuberante. Cada página remetia para extensas notas finais, algumas assinaladas pelos marcadores translúcidos, segundo o mesmo demorado processo decisório que, neste caso, terminava com a escolha sistemática da tira de cor azul.
Para o desenho dos símbolos o homem utilizava uma esferográfica de ponta fina da Faber-Castell, tal como a mulher, com a diferença que a dele era verde e a dela bordeaux. Eu escrevia furtivamente estas notas com um pequeno lápis da mesma marca. Em tempos usei lapiseiras da Caran d’Ache, das que se vendem no serviço de bordo, em estojos vermelhos, conjuntamente com uma esferográfica. Mas agora prefiro os lápis pequenos da Faber-Castell, de madeira macia, forma arredondada, de 12,5 cms,, com uma pequena borracha negra numa extremidade suportada por uma peça metálica de oito nervos e oito cravos, cor preta ou avermelhada, com as letras elegantes seguidas de um pequeno símbolo de dois cavaleiros em duelo. Três passageiros unidos pela Faber –Castell, pensei. Depois vi o glaciar da Planície Morta, o Tungergletscher e o Spitzhorn, Corbetta e a Ponta de Aveneyre e a seguir a entrada no Lago Léman por Montreux, a travessia do Lago em perda de altitude. Geometria na imensidão, o projecto da globalização metafísica, era o título do capítulo do livro quando voltei a olhar cima do ombro esquerdo. O homem escrevia agora numa página de um bloco encabeçada pela palavras Octubre 03. Escrevia com uma letra miudinha parecida com a minha. Pretextando apertar o cinto voltei-me para ele, e ao guardar no saco o meu bloco debrucei-me, o bastante para ler o que ele escrevia: O homem escreve num caderno. Escreve numa letra miudinha com um lápis preto, onde em letras elegantes Arial Narrow se lê Faber-Castell. Esteve com os olhos perdidos no curso do Reno, talvez tenha visto os pés da Fortuna ...


(Esferas II, Peter Sloterdijk)

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Bush, 2007, Jonathan Yeo
(Lazarides Gallery © Jonathan Yeo)

tirado daqui

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Mais exóticos invasores

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Exóticos invasores

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02 setembro 2007

Dois touros na colina

No cimo de uma colina o touro velho e o touro jovem avistam umas vacas que pastam felizes. E diz o touro jovem ao velho: Porque não descemos a galope e nos esfregamos com uma dessas vacas? E o velho responde: Porque não descemos a andar e nos esfregamos com todas?


(Robert Duvall a Sean Penn, em Colors, 1988)

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Uma mulher do Mal: Kelli Connell

01 setembro 2007

Diario Dócil

Uma surpresa na blogosfera. De vez em quando há um homem capaz de escrever assim. Não escapou ao Bonirre: Olha o António. Inspirado pelo seu amor, o blog do António.

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Aviso



Quando estiverem na Festa do Avante, este ano, estarão informados. No pavilhão da Coreia, os vossos camaradas são funcionários de um dos mais abjectos regimes do mundo. Os cubanos têm o privilégio de um passaporte negado aos cidadãos em geral. E num pavilhão estará, senil, igual a si próprio, o intelectual comunista que visitou os campos de detenção das Farc, babando-se para cima das raparigas, muitas delas menores.
Vocês estão avisados. Não têm culpa do gulag, da Hungria nem de Praga, do Ceasescu nem do Honecker. Mas agora vocês sabem. À saída olhem para o que são: cúmplices do cativeiro de Ingrid Betancourt e Clara Rojas.



(A ler absolutamente, este texto.)

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Herois portugueses

Pelletier e Espinoza, dois professores de estudos literários especialistas em Archimboldi, repudiados por Norton, a colega inglesa, refugiam-se nas putas.

En París, Pelletier las buscaba a través de Internet y sus resultados casi siempre fueron óptimos. En Madrid, Espinoza las encontraba leyendo los anuncios de relax de El País, que al menos en este punto le daba un servicio fiable y práctico, no como el suplemento cultural, en donde no se hablaba casi nunca de Archimboldi, y en donde campeaban héroes portugueses, igual que sucedia en el suplemento cultural del ABC.


Roberto Bolaño, 2666

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Miss Niet Alleen