31 julho 2011




Há muito que me conformei com os limites do meu cérebro humano: Perceber o big bang mas não perceber o antes, não perceber o que há para lá do Universo finito.

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30 julho 2011






"A política de gestão de recursos humanos da CGD pauta-se exclusivamente pela contínua busca da eficácia e eficiência da organização. "

Caixa Geral de Depósitos, 29 de Julho de 2011





O you who turn the wheel and look windward

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29 julho 2011





...diz a essa gente que se vá embora. Que vá pelas aldeias e procure comida.

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28 julho 2011



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27 julho 2011



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26 julho 2011



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25 julho 2011



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23 julho 2011



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22 julho 2011





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21 julho 2011



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20 julho 2011

Como sabemos quando começar?



O livro de Julian Barnes sobre a morte, editado pela Quetzal com o título Nada a Temer , e tradução de Helena Cardoso, tem imensas referencias valiosas e remete para outras autorias. É o caso desse genial Jules Renard cujo centenário da morte foi há pouco lembrado, Daudet, Zola, Montaigne ou, do outro lado do Canal, Bertrand Russel. Um deles ficará na penumbra e por isso é aquele que mais me fascina. No decurso do processo criativo, Barnes consulta a sua médica de família e percebe que ela também se ocupa do mesmo tema . Depois da consulta ela envia-lhe o manuscrito de uma conferencia que tem em preparação. Ficamos a saber as suas influências e que alguns pontos de vista da clínica não coincidem com os do seu singular paciente. Mas nunca nos é revelado o nome, nem os principais conteúdos da comunicação, onde foi produzida ou eventualmente publicada.
As referencias literárias da médica de Barnes, que ele não partilha nem com as dele se cruzam, são as melhores: Beckett, T.S.Eliot, Milosz, Sebald, Heaney, John Berger. Barnes constata as diferenças na abordagem mas recolhe do escrito da sua médica uma imagem fortíssima: dos retratos de Faium. Faium, ou el-Fayyum, é uma região do Egipto célebre pelos retratos fúnebres dos séculos I a III antes da nossa era, que se colavam aos corpos mumificados com o objectivo destes serem reconhecidos no Além. Barnes, ou a sua médica, espanta-se com esta estranha colaboração, que se estabelecia entre o artista dessa obra única e o cliente assim retratado, que vê na perfeição do retrato a possibilidade da salvação pessoal. E encara-a como a metáfora da relação médico-doente (moribundo) no tempo de preparação da boa morte. Surge então a pergunta perturbadora, como quase tudo no livro: “Se assim é, como sabemos qual o momento de começar? “
Eu gostava de ser este médico, ou o seu doente (de preferência não-moribundo) . Lendo Eliot e Mislov (cuja Obra Poética foi traduzida para o castelhano e publicada no Círculo de Lectores), lendo Sebald. E procurando, na literatura e na vida que resta, o retrato que se cola ao corpo decadente e irá perdurar, incorrupto, como a fotografia apenas um pouco desactualizada que os velhos editam no facebook.

Na foto:Joana Costa na sessão do velho Bloco, Março 2011

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15 julho 2011

Amanhã à noite: grandioso encerramento da saison InterZona!


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14 julho 2011

outraZona ~ fin de saison interzona



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A vida como uma narrativa




Doctors, priests and novelists conspire to present human life as a story progressing towards a meaningful conclusion.


Julian Barnes (Nothing to be frightened)

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10 julho 2011

Vem a noite e o turno da noite





Ao fim de duas horas de espera,
de imobilização, como dirá o chefe dos bombeiros,
a ambulância de Seia
recolhe duas assinaturas
e abandona a mulher de preto
e o filho.

Agora ela não tem dinheiro para voltar.
Só quer um canto onde possa dormir
com o filho.

A menina soluça de cada vez que vomita
o fel.
Três, cinco, quatro vezes, dizem as folhas de registo.
Soluço sem querer, mas estou a chorar
porque não me dizes o que tenho
e tenho medo que não sejas capaz de me tratar.

O rapaz que estremece dorme sobre a almofada
do Porto campeão.

No quarto 4, através dos vidros,
a única luz
é a das longas pernas esfoliadas.
Diz-me: sou o nadador salvador?
Entupiu-se a válvula?

Vem a noite e o turno da noite.

Pode-me corrigir esta prescrição ?
Um texto sagrado não se corrige.
Vai entrar uma criança para a cama 12.
Pare de ouvir a válvula.
Estão a chamar da Medicina.
Tens os braços tão magros, Soledade.

Uma televisão sem som passa um filme
para todas as idades

Sou ou não sou o nadador salvador?

07 julho 2011

Eles que te digam o lixo que és


A Mudis e a Norma dos Pobres que te digam o lixo que és. Os portugueses ficaram unidos pelas agência de rating. Entrou o FMI e eles entretiveram-se com o Big Brother do DSK. Veio o BCE e eles acertaram as agendas dos festivais de Verão. Mas agora uma agência de mão dos especuladores e dos prestamistas veio dizer-lhes que se preparassem para o saque infinito, incondicional, e eles não gostaram. Portugueses mais um esforço, disseram os salvadores da Medis. E sereis todos lixo, concluiram os funcionários imperturbáveis das agencias de rating.Então, subitamente mas tarde de mais, todos perceberam a natureza classista do modelo económico, o seu imperturbável anti-humanismo. Compatriotas hipócritas, leitores amigos e amigas, deserdados do modelo económico, nem todos sois do mesmo lixo.E se amanhã os bancos forem lixo, não se deixem ir na cantiga solidária. Lixo é o capital. O governo colaboracionista é a comissão executiva dos bancos-lixo, eficaz a roubar-vos os salários e a segurança -social , forte para dentro mas de rastos para fora.

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