29 abril 2011
27 abril 2011
Nenhum denominador comum
Eu, Isabel, acho que o Barreto é um sabidão. Não punha o meu nome debaixo do dele nem a propósito de fotografias do Douro. Acho aliás que o texto é de uma pobreza confrangedora. Já o li várias vezes em grande esforço interpretativo, como os rapazes do 12º com a prova global. Ontem à noite liguei sem querer para a sic notícias e lá estavam três malandrões de serviço à estratégia dos partidos. E percebi o texto, finalmente, com grande atraso. Já a setôra tinha retirado os pontos, sem apelo. Era o mínimo denominador comum. O Barreto e os outros redactores, lá nos intervalos da Sociologia , tinham estado a tirar o mínimo denominador comum ao vazio de ideias do PS e do PSD. Saiu aquilo, cujo resumo não repito por respeito para com a tua paciência, que deves andar mais ocupada com o Faraday que com esta gaiola. Mas continuando a responder-te. Acho que quando se pergunta aos culpados qual é a solução para esta trapalhada, arriscamo-nos a permanecer atolados. O Zeca dizia dos eunucos que não matam os tiranos, pedem mais. Eu, Isabel, não quero mais, obrigado.
Etiquetas: resposta ao comentário da Isabel Prata
26 abril 2011
Mário de Sá Carneiro
A Antena 2 recorda hoje Mário de Sá Carneiro.
Alguém, que não identifico, diz as palavras de fogo
Mas como sempre, ao fim - bandeiras pretas,
Tômbolas falsas, carrossel partido...
Mário de Sá Carneiro não assinou Um Compromisso Nacional. Honra lhe seja. Nem Pessoa, ele mesmo, ao contrário dos apessoados galardoados e em lista de espera, arregimentados por alguém do Júri vitalício. Nem Saramago.Nem José Cardoso Pires ( e já agora nem Luiz Miguel Cintra). Nem o verdadeiro Pacheco, Luiz de seu nome, cujo Compromisso era outro.
Um Compromisso Nacional
A Anabela Mota Ribeiro acha que a trajetória de ajustamento para os próximos três anos deve ser a prevista na última versão do Programa de Estabilidade e Crescimento. E o Belmiro, o Boaventura , o Canotilho, o Sobrinho Simões e a Irene Pimentel também acham. E a estes juntaram-se mais 77 e tu também, Octávio Cunha, e o António Lobo Antunes e o João Lobo Antunes e o Daniel Proença de Carvalho. Todos acham que é necessário um compromisso entre os principais partidos, com o apoio do Presidente da República, no sentido de assegurar que o próximo Governo será suportado por uma maioria inequívoca, indispensável e o Pacheco e o Emílio Rui e uma porrada de Magníficos Reitores e o Manuel Clemente, a Guta, a Helena Freitas e o Rodrigo Leão. A estes, anuncia o Expresso, juntaram-se mais 77 nomes todos a exigir em primeiro lugar um compromisso entre o presidente e os principais partidos e em segundo lugar um compromisso entre os principais partidos e o presidente.
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24 abril 2011
Páscoa
Ouvi a Isabel Stilwell e o Super Psicosá na homilia pascal. A mulher fez-lhe a pergunta mais difícil, naquele sussurro pós-coital em que se especializou. Qualquer coisa do estilo: - Porque é que Ele teve de morrer para ressuscitar? O Psicosá estava, como sempre, inspirado. E lá lhe disse, delicodoce, que "aquelas partes más que andam a arrastar-se de pantufas" têm de morrer para que um novo “eu” possa renascer, chilreante. Uma espécie de versão psicosaiana de “deixa-me fugir ao tema e falar do que me interessa” ou“estou farto disto e vou fugir com uma brasileira”. Ela gostou muito. Lembrou as folhas verdes nas árvores, anunciando a primavera, em que só as lesmas, os caracóis e ela parecem reparar. Palavras de Stilwell
Etiquetas: por exemplo Páscoa
16 abril 2011
Protecção de Menores
Agora as duas raparigas fecharam a mãe na cave. São aquilo a que há vinte anos se chamava menores. E a mãe, a mulher a quem chamam velha, tem metade da esperança média de vida, embora tenha a cara sem idade das mulheres que já não choram e nunca tiveram consolo ou piedade. Não queria dar-lhes o cartão de livre acesso aos transportes de L., que aliás tinha foto gravada, era pessoal e tinha caducado. Quando desceu à cave, a mais velha fechou a porta à chave. A mais nova ainda hesitou. Mas há tempos que sabia que aquele momento tinha de acontecer. Quando a irmã lhe entregou a chave, passaram a actuar em conjunto e ela não foi a melhor das duas. Puseram música alto para que se não ouvisse outro barulho. Nao se ouvem as suplicas de uma cabra. Vão comer enlatados todo o fim-de-semana, a mais velha há-de sair com o namorado, a mais nova telefona às amigas, manda sms, maquilha-se, prova roupa. Porcaria de roupa que a faz mais gorda. Roupa de marca só para a cabra. Para elas estes trapos sem graça. Têm outras queixas: ela não as vai buscar de carro às explicações, não lhes paga as contas dos telemóveis, não sabe cozinhar... Muitas coisas. Embora de momento não se lembrem de nenhuma. Não interessa. Ela há-de aprender. Se não aprender tanto faz. Elas vão ter com o pai ao Bahrein, onde ele ganha em petrodólarese, vive em hotéis com torneiras douradas e os telemóveis são gratuitos. A música calou-se. A mãe também. Ou talvez grite ainda. Não há ninguém para a ouvir.
15 abril 2011
13 abril 2011
12 abril 2011
11 abril 2011
Os colaboracionistas vão formar governo
Em Colapso, Jared Diamond passou em revista civilizações extintas, da Roma Imperial à ilha da Páscoa ou às civilizações meso-americanas. Procurou os motivos comuns dessa implosão. Um dos motivos é a incapacidade de mudança das elites dirigentes. As sociedades parecem viver a dois tempos. Um tempo que já não existe infiltra as pessoas comuns. E é um tempo de desistência e desinteresse, onde os homens, nas praças, continuam a partida de xadrez ou da pelota basca. Nesta praça, na tarde de sexta-feira, juntam-se desempregados de longo curso, mulheres sem reputação, uma ou outra criança, reformados. Jogam a petanca. As televisões vomitam notícias de desgraça. O país não tem dinheiro. Os empréstimos vão ser negociados pelos culpados da crise e os que a crise não atingiu, em seu sustento e benefício. O Estado da modernidade acabou e vem aí, impiedoso, o Estado hiper moderno degenerado, duro com os contribuintes, ignorando os pobres, tolerante para os aldrabões, protector dos bancos. Nobre era afinal um Cavaco para os pobres de espírito, sempre prontos para acreditar em fadas e duendes. Os apoiantes do partido de Sócrates entram em delírio litúrgico. A realidade é mais suportável quando vivida no fanatismo das seitas. Os Vitorinos impantes de hoje serão os primeiros a felicitar democraticamente os vencedores das próximas eleições e a desertar para os negócios obscuros. Os oficiantes da classe média exultam: Barreto , Medina Carreira, Silva Lopes, o Miguel, nunca tiveram tanta solicitação. Os aviões da Nato continuam a bombardear humanitariamente a Líbia enquanto Kadafi dá entrevistas à BBC. Um sentimento de irrealidade parece comum à gente que, indiferente aos sinais, continua a fazer a vida de todos os dias, nas cidades da Europa, enquanto no Japão se contam os mortos. Depois da carga da aviação das agências de rating, os funcionários da U E avançam implacáveis sobre os destroços dos países que se renderam. Primeiro tomaram Atenas, depois Dublin. Em Lisboa, os colaboracionistas preparam-se para formar um governo nacional.
Na praça, indiferentes, os que vão morrer atiram bolas de chumbo contra o Jack. Com o maquis queimado e a juventude anestesiada pela Primavera, não há ninguém para a resistência.
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10 abril 2011
09 abril 2011
08 abril 2011
07 abril 2011
A rapariga desfocada (3)
Etiquetas: continua péssimo
06 abril 2011
A rapariga desfocada (2)
Etiquetas: continua péssimo
05 abril 2011
A rapariga desfocada
(continua)
Etiquetas: continua péssimo
«Isto está a melhorar mas continua péssimo.»
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Etiquetas: projecto esperança
02 abril 2011
01 abril 2011
Falou o cabecilha, o chefe da comandita. Depois de convenientemente aconselhado. O conselheiro Dias Loureiro, retido nos trópicos, não esteve presente. O ex-presidente Eanes pediu silêncio. E o cabecilha também. Querem elevação. Querem ter o exclusivo do ruído, a comissão da censura, a cortina dos negócios, das indemnizações. O Gama também aconselhou e saíu "apressado". O filho do Gama já tinha aconselhado. O presidente minoritário falou então ao país, atropelando a língua pátria e pedindo"para defendermos a economia". É o que estamos a fazer. Defendemos o que podemos, quando podemos. Mas somos fracos. E poucos.