Ramzan Kadyrov, herói da Rússia, pacificou a Tchetchenia e confirmou Grozny, a capital, como um lugar odioso . Mandou construir um palácio presidencial, declarou a
sharia como lei oficial, tornou obrigatório o uso do lenço islâmico pelas funcionárias públicas. As milícias armadas que usam o seu nome são, no dizer de ONGs que investigam os direitos humanos na República Tchetchena, um instrumento terrorista do seu poder. A sua sombra projecta-se no assassinato de Anna Politkovskaya e agora no rapto e na horrenda execução de Natalia Estemirova.
Estermirova era uma das (raras) faces da luta pela defesa dos direitos humanos na Rússia. Há meses foi publicamente ameaçada por Kadyrov. A sua actuação corajosa fez-se sempre às claras, a partir de um pequeno gabinete em Grozny . A imprensa relatou o seu rapto: em pleno dia, quatro homens arrastaram-na para dentro de um carro. Ela resistiu. Ouviram os seus gritos denunciando que se tratava de um rapto, de um rapto político. Algum tempo depois o seu corpo foi encontrado com a marca dos assassinos: dois tiros no peito e um na cabeça, a marca que assinala como morrem os inimigos de Kadyrov.
Ninguém ouviu em Grozny. Ninguém ouviu em lado nenhum. O assassinato ocorreu poucos dias depois da visita de Obama e foi , depois de consumado, objecto de protesto dos líderes europeus e das instâncias internacionais. A senhora Merckel obrigou Medvedev a declarações pouco habituais. Mas o senhor da guerra Kadyrov tem as mãos livres . Kadyrov é o Vassalo do Cáucaso do Autocrata de todas as Rússias, Putin. E ambos são expoentes da nova Nova Ordem Mundial. Por enquanto ninguém ouve.
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