30 junho 2007

Saúde

Acho que o Joe Berardo devia demitir o Campos.

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Dürer nimmt auch welche



“… a gravura de Dürer faz do ethos do contido desenhista o significante natural de qualidades como racionalidade, objectividade, disciplina, rigor e organização visual, por outro, tudo aquilo que designa o natural é representado, em Dürer, pela pose sensual da modelo, reclinada, lânguida e disponível.”

“Novas tecnologias, velhas ideias: notas para uma genealogia da arte computacional”, André Favilla, Nada, nº 09, 2007

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28 junho 2007

Como isto anda

Socrates


Andy Warhol como Drella


O que Blair tem em comum com o Gordo que hoje lhe sucedeu é a vontade do Poder. Como Sarkozy. Guterres e o Lopes queriam ser amados. Sócrates, e isso mais que tudo me inquieta, não parece quase nunca querer o que os olhos querem.

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Giorgio



Hoje à noite, em Serralves, uma ideia de Giorgio Agamben.

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27 junho 2007

Love place



O rapaz está à porta da sala de RPM quinze minutos antes da sessão. Quando espera, já os músculos estão tensos. É o primeiro a levantar a senha. O primeiro a entrar. A montar a bicicleta, a prender os pés. Quando o PT grita faster, faster, ele é o mais rápido. Quando é a subir já está em pé na bicicleta. Nas fases de relaxamento mantem o ritmo e a resistência. Não fala, não faz contacto com os olhos, não sorri. Tem a T shirt medalhada de suor. Não sei se é um drogado do spinning, se está apaixonado pelo PT. Parece ser a mesma coisa, lá nos receptores dopaminérgicos do vermis ou nos núcleos ventrais do pallidum.

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Declaration

Nosotros, qui, nous avons un altisimo sentido di stato. So we'll stop toutes les considerations concerning le señorito de S.Bento during la europeen presidence. Ademas we don't think that he's un hijo de puta.

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Um homem do mal: Reinaldo Ferreira



Eu, Rosie, eu se falasse eu dir-te-ia
Que partout, everywhere, em toda a parte,
A vida égale, idêntica, the same,
É sempre um esforço inútil,
Um voo cego a nada.
Mas dancemos; dancemos
Já que temos
A valsa começada
E o Nada
Deve acabar-se também,
Como todas as coisas.
Tu pensas
Nas vantagens imensas
De um par
Que paga sem falar;
Eu, nauseado e grogue,
Eu penso, vê lá bem,
Em Arles e na orelha de Van Gogh...
E assim entre o que eu penso e o que tu sentes
A ponte que nos une - é estar ausentes.

Rosie, Reinaldo Ferreira

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26 junho 2007

A vez de Mega

Desprezo os artistas que se sentam à mesa de Berardo, Pires de Lima e Sócrates. Olhem para Mega. É assim que serão tratados de cada vez que a sua dignidade cruzar os interesses dos boçais içados ao mecenato. Haverá um Marcelino para cada Berardo e seis ministros para cada inauguração. E haverá sempre povo e turistas para a festa. Mas os artistas devem encostar-se às paredes e derramar sangue e os outros fluidos.

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Outono


Laszlo Moholy Nagy

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Verão



Quietos como pescadores, suspendemos toda a actividade de oposição enquanto Renata Maria estiver saindo do mar.

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25 junho 2007

Um dos homens de Lady Chatterley


O sexual intercourse começou no Reino Unido em 1963, o ano do primeiro LP dos Beatles e do fim da proibição de Lady Chatterley. Infelizmente para Philip Larkin, era um pouco tarde. Em Portugal, pelas minhas contas, deve ter começado em 1969 para alguns e depois de 1974 para outras e outros, felizmente mais numerosos e numerosas.
Hoje é difícil de acreditar que o último livro de Lawrence, escrito em 1927-28, tivesse estado proibido até tão tarde. Apesar da Sida e do regresso das religiões, a interdição sobre o sexo parece obsoleta. E, no entanto, o filme de Pascale Ferran surpreende. Houve quem saísse aos setenta minutos. Eu fiquei. Gostei sobretudo daquele homem, o guarda-caça. Um homem de confiança. Vê-se na cabeça, no pescoço curto, no tronco largo onde uma mulher se pode encostar. Um homem que se deixa tocar. Que se despe, para que a mulher o veja, como talvez ele gosta de a ver. Que percebe que ainda não chegou o seu tempo, o seu século, mas que responde sim, sem reticências, à pergunta final. Os autores utópicos do século XX cantavam que a mulher era o futuro do Homem. Um homem assim é o futuro do homem. Oxalá não se tenha peredido em Sheffield.

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24 junho 2007

2 x 8 Milchschokoladesardinen

22 junho 2007

Sailing to Byzantium

21 junho 2007

É preferível não viajar com um homem morto

Consume my heart away


Anselm Kiefer


O buraco do poema no lugar do poema

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20 junho 2007

Há agora um buraco no seu lugar

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É preferível não viajar com um homem morto





Em lugar do poema está o buraco do poema

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19 junho 2007

Um buraco no lugar da escrita


Anselmo Kiefer

há agora um buraco no seu lugar

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18 junho 2007

O meu contributo


Velinha que te guie

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17 junho 2007

Sarkozy no G8

Pedro, hoje no duche, cantaste a Marselhesa?

(Para o Pedro Mexia, link ao lado. Ver youtube)

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16 junho 2007

Lerda Bloga




Rititi, Uma mulher frondosa

Marmelo: As moças têm dificuldade em crer

Maria: Levantou-se uma muralha de água

Ana de Amsterdam: Se eles fossem vivos desprezavam-me

Susana Bês: Isto não é um homem

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A Comissaria e o Bufo (3)

Um dos últimos Babelia pôe frente a frente Savater e José María Castillo, um teólogo católico. Este recorda uma afirmação do grande defensor dos direitos humanos dos negros, Martin Luther King:"Quando se recordam as atrocidades do século XX, vê-se que o pior não foram as malfeitorias dos assassinos, mas o silêncio das boas pessoas".


(ver tb. Rui Bebiano em O Passado e o Presente)

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A Comissaria e o Bufo (2)

Um jornalista do Marcelino entrevistou a Comissária. A entrevista é elucidativa. Se as educadoras de infância fossem todas assim já estávamos no admirável mundo novo. Ela ameaça ("temos os recortes dos jornais e dos blogs"), ela vitimiza-se, ela perfila-se, ela explica-se, ela levanta o dedo. O momento mais perturbador é quando o entrevistador pergunta (note-se a subtileza):
-O facto de ser uma mulher reflecte-se nas acusações que tem recebido?
E a comissária responde:



- Não gosto de me vitimizar como mulher, mas nos últimos dias, volta e meia, naquilo que eu tenho lido, vejo claramente uma forma de me atacar que não aconteceria se eu fosse um homem.



Ver João Paulo Sousa em Da Literatura, e Francisco José Viegas na Origem das Espécies

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A Comissaria e o Bufo (1)


Norman Rockwell (ver Miss Pearls)


A comissária foi reconduzida. O inquérito continua, no meio de um certo esquecimento, de vez em quando quebrado por uma notícia obscura. Os socialistas continuam calados, à espera que o inquiridor nomeado descubra se o professor sempre chamou filho da puta ao chefe. Eles depois falam. Depois do chefe tomar conhecimento, eles falam.
O mais grave do episódio da DREN não é a boçalidade da comissária reconduzida, o reconhecimento da bufaria (por sms, pasme-se) como método de governação nas repartições do Estado, aliás prolongados pela novela do presidente da Câmara que se queixa ao Presidente da República. O mais grave é a capitulação dos socialistas numa questão fundamental, a da liberdade de expressão. Um homem, num gabinete, em privado, quando se pensava rodeado de colegas, amigos, disse a piada do mês nas repartições, ou uma variante, ou, admitamo-lo, disse do chefe o que Zidane ouviu de Materazzi. Um ouvinte era bufo. Indignado, mandou um sms à comissária. Era uma sexta-feira, ao que parece. Na segunda -feira seguinte alguém tinha retirado o disco duro do computador de trabalho do professor, este foi suspenso e posteriormente afastado da actividade habitual. Que isto não seja uma monstruosidade para os socialistas, que uns sms socialistas não tenham chamado à razão a comissária, que o primeiro-ministro tenha respondido arrogante a uma jornalista das que ainda se atrevem, que o Vital Moreira tenha considerado o facto um tiro no pé, eis o que preocupa. Entretanto um medo pesado caíu nas repartições. Sei do que falo. Do medo antigo, salazarista, mascarado de respeitinho. O medo dos de baixo. O medo dos que conhecem os bufos e a verdadeira natureza dos comissários e dos candidatos a comissário. Dos que lêm os sinais do tempo e sabem que nada nem ninguém, a não ser a subserviência e o cartão, os proteje dos comissários.

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15 junho 2007

Exposição Actores Urbanos Galeria7

Inauguração 16 de Junho 21h na Galeria sete (Coimbra)
https://www.iczero.org

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O meu pai foi um jovem magnífico até à noite em que me chamaram e não tive mãos para o reanimar. Não me lembro da minha infância. A única coisa de que me lembro é de uma casa enorme, uma tina no meio de uma sala e de um homem a tomar banho rodeado de mulheres espalhafatosas. Mas não estou certo de que seja uma imagem da minha infância, embora ainda ouça os risos, uma exclamação, a água a agitar-se, uma mulher que fala como se declamasse. As pessoas de quem gosto nunca envelheceram e não vão envelhecer. A pele das suas mãos será tão lisa como agora, e o brilho das testas, a força dos cabelos, a frescura das vozes.

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Época de Junho

Ela disse –me que afinal não viria. Agradeceu e disse:- Não tenho dúvidas na matéria. Fiquei a vê-la ir-se embora, com a matéria a tiracolo. Tenho inveja dela. Tive sempre dúvidas na matéria.

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14 junho 2007

Às botas

Como a Rapariga Velha diz que ouviu ao locutor de Cabo Verde:- Hoje está a chuviscar torrencialmente.
Podem voltar a calçar as botas.

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Everyman



As mulheres que eu conheço não gostam de Philip Roth. Quando lhe quis emprestar O Animal Moribundo, ela disse: - Não suporto velhos que se babam em frente das mulheres jovens. Qualquer coisa assim. Ela não diz mulheres jovens e fala com mais elegância e crueldade. Como não me estava a babar em frente dela, presumi que se tratava de uma opinião literária. É difícil, entre as mulheres que eu conheço, encontrar uma que tenha opiniões literárias. Elas confundem geralmente Proust com o narrador proustiano, o que não seria grave, se não confundissem o narrador proustiano com o último namorado. Talvez ela leia Everyman (Todo-o-Mundo), o último livro de Philip Roth. O personagem, um judeu de Nova Iorque, de 71 anos, morre, no início, no fim, e ao longo das 180 pgs. do livro. Algumas quecas de passagem, insignificantes para irritar as mulheres que não gostam de ver os velhos a babarem-se em frente das raparigas. Podia-se escrever isto de outras várias maneiras. Porque os velhos também se babam em frente das mulheres velhas. Os velhos babam-se, pronto. Ninguém gosta de ver os velhos. “Ao sol e à morte não se pode olhar de frente” diz que disse o La Rochefoucault. E os velhos são o cabide da morte, vítimas da última exclusão, bons para lares, valium e hospitais de retaguarda.
O homem desta foto não se baba para a baronesa. A mulher de cabelo escuro não consegue olhar o sol, à sua direita. Ela sabe que o coração é um caçador solitário. Eram pessoas extraordinárias. Estão todos mortos.

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13 junho 2007

A aragoneza no juncal

12 junho 2007

Still Life



Discutimos a autonomia do sujeito
que escreve
embora fosse da sujeita
escrevente
que devêssemos falar.
- Estive até às quatro da manhã
a pensar no que disseste – disse a outra
que pensei mais aberta
ao intertexto.
Entretanto sobre o amor escreve-se
pouco
e quase sempre
não se fala do que é importante.
Nunca no primeiro encontro- deviam ensinar aos rapazinhos.
Nem no segundo. Nem sobretudo
no terceiro.
Olhem para o homem de Still Life.
Ele paga para resgatar a mulher
que o abandonou.
Passou muito tempo desde esse dia.
Era jovem. Não a procurou
como devia.
Agora serviu sete anos e sete anos
vai servir o patrão comunista
capitalista o pior dos patrões
até poder comprar a mulher que nem por prémio
pretende.
É assim que os rapazes
deviam abordar as mulheres.
Assim com
uma febre difícil de ceder sem
dinheiro americano
tendo como única riqueza os
braços e uma canção no
telemóvel.
Não há palavras para o amor
nesta língua em que
escrevo.
Nem é preciso.
É preciso levar a mulher para uma terra
mais ao norte.
Agora
ou de aqui a sete anos.

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11 junho 2007

Lerda Bloga

Ana, quase ninguém lê blogs. Assim os malfeitores prosperam.

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Virgínio Moutinho, esculturas e desenhos
Museu Nogueira da Silva, Braga. de 2 de Junho a 4 de Julho

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10 junho 2007

O corpo de deus


Nobuyoshi Araki

No dia do Corpo de Deus tentei pôr aqui o corpo de Miss Kidman.
Miss Kidman nua. Foi o que pus nos motores de busca. Os resultados foram decepcionantes. O corpo de deus aparecia sempre acompanhado por fiéis. Procurei com os olhos bem fechados. À medida que avançava na busca percorreu-me um tremor estranho, próximo da perversidade. Pensei que talvez fosse a febre da fé que me assaltava, e desisti do propósito. Quando regressava aos campos da normalidade, encontrei um título curioso. “Como tirar um soutien em dez minutos”. Passou de repente, não anotei o autor, pareceu-me ser uma gravação do youtube. Mas era um título forte, não sei se concordam. Ao corpo de deus deve chegar-se com dificuldade. Deus está no cimo de uma imponente escadaria. No final de uma extenuante caminhada. E mesmo depois dessa canseira, são os acólitos que vemos. Eu andei dez anos para despir um soutien. Laçadas sucessivas de corpete assente sobre a pele que só podia ser de cambraia fina. Até que me perdi nas barbas de baleia.

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09 junho 2007

A ideia do amor


Sophie Calle, quarto de Sophie Calle


O amor não existe. Só existe a ideia do amor. A ideia do amor é a flor na lapela da fornicação. A vontade de copular serve a necessidade de transmissão dos genes. Tudo isto é repugnante para as jovens mentes humanistas e antropocêntricas, que têm necessidade de vestir o cio com Chloé ou Santo Agostinho. "O céu estrelado por cima de mim" e outro céu estrelado dentro de mim. Há quem não consiga aceitar a evidência disto. Eu durmo bem. Se tem de ser no sítio do teu cheiro, tanto melhor. Também durmo bem no chão. Só não consegui dormir no solstício de Verão, numa serra da qual esqueci o nome, onde os pólens asfixiavam e o dia se recusava a deixar espaço à celebração da noite. A celebração da noite do solstício de Verão é anterior a Shakespeare e a Woody Allen. Como se vê pela agitação dos humanos. Nas aldeias dos vales só os cães parecem preocupados. Mas não vou deixar que a memória do Zêzere me afaste deste comentário. Há pessoas condenadas a dormir no chão da sala, e não é só em Junho. Quase sempre mulheres. O chão das salas está marcado pelas sombras das mulheres atormentadas. Ao lado, os homens dormem pesadamente numa cama que não é deles. Nas noites de Verão, nas cidades do Sul, podemos sentir o rancor das mulheres contra o sono dos homens, e atrás dele, irritante como o cheiro do jasmim, uma ideia de amor sem pensamentos.

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08 junho 2007

O revisionista Daniel







Daniel Oliveira prescreve um anti depressivo a Vasco Pulido Valente. Eu entendo as causas da depressão de VPV e não me parece que O Daniel esteja suficientemente preparado para as curar, isto é, conheça os fármacos, a semi vida, as interacções, os efeitos indesejáveis e as precauções de utilização. Quando vejo um eufórico a diagnosticar a melancolia, suspeito. Quando o vejo a querer medicar, arrepio-me.
Mas o cerne da questão, o motivo principalmente determinante, como diria o Tribunal Administrativo e Fiscal do Funchal, é a linha programática do Bloco de Esquerda, que VPV, pelos vistos, acha que já “não é revolucionária e marxista” o que pôs o bom do Daniel em alvoroço. A questão, como se vê, é daquelas que me põe, e à Violeta, a revirar os olhos de excitação. Mas acontece que, depois da Fluoxetina, na extensa linha de argumentação, o Daniel afirma:

O melhor partido que consigo imaginar teria o meu nome como primeiro e único militante.


Está-se a ver. Não sei se o Daniel ainda é suficientemente revolucionário. Marxista é que ele já não é.

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A única estação


Mario Tomic

É quando se abre uma caixa de comentários que se percebe como estamos sós.

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07 junho 2007

Lerda Bloga



O fascínio pelo i Pod explicado pelo Sortido Fino.

De cada vez que o Super Psico Sá ataca a
Vieira alivia-se com um Zirtec. Eu preciso de Adrenalina .

Ana de cabo a tenente, tudo, toda, Ana de Amsterdam, leitura de todos os portos.

O Bruno Avatares, líder da esquerda erótica, contra o malfeitor. Inscrevo-me nesse comité de acção.

Parabéns ao grande Almocreve das Petas.

A Rapariga da Mala e
Valério Zurlini evocados pela Cristina no blog da Cristina e do Rui, o blog mais próximo do silêncio.


A frase da semana, escrita pelo Rui da Klepsidra
Há qualquer coisa de polaco na república populista da Venezuela e
qualquer coisa de venezuelano na república neoconservadora da Polónia

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06 junho 2007

Sábado, toma nota

Porto, 15 horas

Rota das Árvores Monumentais - da Cordoaria aos Jardins do Palácio




Coimbra, 22 horas

Memória Subversiva: anarquismo e sindicalismo em Portugal - 1910-1975, de José Tavares e Stefanie Zoche



O documentário Memória Subversiva: anarquismo e sindicalismo em Portugal - 1910-1975, de José Tavares e Stefanie Zoche vai ser projectado, com a presença de José Tavares, no Salão Brazil.

GOSTO DE TI em Caps Lock

Perguntei-lhe se gostava de mim. Ele respondeu que sim. Eu acredito porque foi em Caps Lock.

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S. José de Lvov


Dr Gica

Desde que contrataram as ucranianas que o Centro de Dia de S. José é uma festa.

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Se nao voltasse


van der keuken

Se eu não voltasse a ver-te
havia
de olhar-te
longamente
nas maminhas
nos olhos protuberantes
das maminhas
e depois olhar -te do pescoço
à boca do nariz
aos olhos
sem pestanejar
e a seguir dos ombros
para baixo ao longo
dos braços
e do tronco até
às mãos
ao ventre
sem pestanejar
para não perder
um segundo sequer
da tua vista
olhar-te com urgência
com medo que te voltasses
e não te voltasse
a ver
de frente
e olhar-te o rabo
a raiz
das coxas
o concavo dos joelhos
os tornozelos o modo
como levantas
os calcanhares

Se eu não voltasse a ver-te
havia
de cegar
dessa imagem
de ti

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Vital, um militante (bis)


Dr Gica


Vital Moreira é uma espécie de Graça Moura de Sócrates. A diferença é que Vital não traduziu a Divina Comédia, nem Racine, nem Shakespeare. Anda agora Vital incomodado com a imprensa que temos. Por causa da babugem do Marcelino e da tabloidização do DN? Pela rarefação da imprensa de qualidade? Não. Por receio de que "a comunicação social assuma o papel que só à oposição pode caber." Presume-se que Vital se incomoda com a denúncia que ainda vai surgindo das malfeitorias de Campos, Pinho, Lino e dos comissários que, das ARS às DRENs, dão "tiros no pé" socialista, em lugar de tiros certeiros na oposição. "Não cabe à imprensa combater a acção governativa", sentencia Vital (bis). "É uma questão de legitimidade". E depois, com a autoridade de pai constitucional, explica que devemos confiar "nas nossas instituições". As "razões para ter confiança" são esmagadoras. Retemos "os checks and balances", os "veto powers", e os" contervailing powers" (sic) do sistema. Para não falar de "um conjunto de entidades independentes que fiscalizam a actividade governamental" onde não faltam a "Entidade Reguladora da Comunicação Social" e, não se pasme com a criatura, "a Entidade Reguladora da Saúde". Nisto de Saúde, Vital (bis) é bem informado. Lá está ele a considerar "interesse localista", a manutenção de serviços locais de saúde "sem condições ou redundantes", em boa hora contrariado pelo governo "do interesse público". Já não se percebe que a informação se lhe esgote nos serviços sem condições ou redundantes que a bondade do Campos público encerrou e não lhe sobre um minuto para olhar à volta e ver o novo Hospital Pediátrico, que os "governos do interesse público" inauguraram sucessivamente em 2002, voltaram a inaugurar em 2004, e outra vez em 2007, parado, enquanto "o executivo de Sócrates escreve aos empreiteiros para reduzirem os trabalhos para os montantes que o Governo tem disponíveis". Quem revelou esta informação foi um autarca da oposição (legítimo!). Quem a divulgou foi um jornal que, nas palavras de Vital (bis), deve pertencer a"grupos económicos com interesses exteriores ao sector, com posições instrumentalizadas ao serviço dos mesmos" (não pode!).

(Vital (bis) escreveu no Público de 5 de Junho, (link pago)

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05 junho 2007

Ciclo vicioso


Thomas Ruff

- Depois de uma experiência erótica não consumada eles estão agora a ensaiar uma experiência erótica não consumida.
- Como é isso?- perguntou a minha explicadora.
- Assim uma curtição sem complexo de culpa- precisei.
- Já tive, em tempos, esse conceito e prática de amizade erótica - disse ela. - Mas poucas vezes resulta. Ou acaba em paixão ou em falta de tesão.

com rosaarosa

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Chiang Tang Liu


Se eu não voltasse a ver-te
não olhava para ti

tu vens sempre vestida

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Tipo Burkina Faso


Jean Luc Moulène (foto de Chiang Tang Liu)

Eu acho que sou mais da família da Adília Lopes. Não sei o que estou a fazer , mas faço. Ainda faço. Tipo Burkina Faso. Entre a disciplina e a graça gratuita das palavras e das coisas herdadas, faço. A uma alma que me escolta, faço.


(Maria Velho da Costa, O Livro do Meio, p. 71)

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04 junho 2007

Dance Party in the Red Room


09-29-05
FOr Fantasy Rooms.

(visto aqui, tirado dali)

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Exposição PRECARIEDADE

Inauguração terça 5 de junho 21 horas

grupo LUMINÁRIA
josé tomás féria, francisco feio, são trindade, jorge camões, antónio júlio duarte

CASA D'OS DIAS DA ÁGUA, rua dona estefânia 175, Lisboa
6 de junho a 1 de julho, terça a domingo das 15 às 21 horas

02 junho 2007

Era uma vez

tirado daqui

Ardeu o Ipsilao em Coimbra B


Oskar Werner e François Truffaut na rodagem de Fahrenheit 451 (1966)


Comprei o jornal no quiosque de Coimbra B. Comecei pela última página, depois a primeira. É assim que se lê na minha família. A seguir o EPC, por uma deformação profissional. E aí começou a angústia. O suplemento de Economia, o P2, o Inimigo Público. O jornal ia ficando fininho. Faltavam os livros. Não me tinham dado o Ipsilão. Ou eu merecia ou confirmavam-se os meus piores temores.

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Linha do Norte




Ela deve ter entrado em Santa Apolónia e teve de se levantar para eu ocupar o lugar da janela. Tinha uns auriculares de mp3 e um livro do Marmelo. Eu sentei-me, liguei o shuffle e abri o Livro do Meio. Do meu lado dava Vincent Delerme, Susane Abhuel e uma Lila Downs tão bem escolhida que me levou ao engano a Guimarães. Via os dedos dela a tamborilar. Já nas pontes, entusiasmado pelas cartas da Rapariga Velha, deitei-lhe uns olhos de cumplicidade. Caíram-lhe na barbela e voltaram envergonhados.

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01 junho 2007

Sábado, o que tenho para oferecer

um par de cortinas desemparelhadas


loiça quase sem uso

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