31 janeiro 2006

A minha vida é uma novela


(à suivre)

po

Só quem já disse muito pode assim dizer tanto.

Caminhos



Foto:PC

40

O número de Dunbar é 150. Para admitirmos mais alguém nas nossas relações, no nosso grupo primitivo, temos que eliminar outro. Dunbar chegou a este número laboriosamente. Estudando comunidades primitivas, exércitos, aldeias, empresas. Por detrás desse número está o nosso extraordinário neo-córtex. O meu é menos extraordinário. Conto até quarenta com dificuldade.

águas furtadas

A revista editada pelo Rui Amaral, que se vende na rua Miguel Bombarda, 187 (Porto), traduz Moshe Ha-Elion: La linda djovenika al lager, coplas ladinas que contam a triste sorte de uma rapariga nas mãos dos mestres que vieram da Alemanha . Leve e mortífero, como o fumo das chaminés.
A revista é excelente. Vale a pena ir à rua Miguel Bombarda e vir de lá com um oito na testa. E com as pinturas de Raquel Costa, uma ijika muy kerida, igualmente reproduzidas nas águas furtadas, 8.





Pedidos directos para jup@jup.pt
ou "aguasfurtadas", Rua Miguel Bombarda, 187, 4050-381 Porto

A neve

Coelho chegou à janela, viu a neve e comoveu-se. Cavaco viu os netinhos aos pulos e comoveu-se. Comoção central. Joana Amaral Dias skiava em St. Moritz. Comoção geral.

A História do Homem, de Robin Dunbar



De Robin Dunbar a Quetzal acaba de publicar A História do Homem. Dunbar é um arqueólogo, professor de Psi Evolutiva em Liverpool. Divulgador do conceito de intencionalidade e das várias ordens de intencionalidade, desde o grau zero (os computadores, as bactérias e alguns insectos): “mentes” que não têm consciência de si-mesmas; de primeira ordem (mentes que se vêm a si mesmas); de segunda ordem (mentes que atribuem intencionalidade a outras mentes); e por aí adiante até à intencionalidade de quinta ou sexta ordem, que só explicamos recorrendo a mentes excepcionais como a de Shakespeare.
Dunbar cunhou a expressão número de Dunbar, para caracterizar o número de indivíduos com os quais podemos estabelecer uma relação. Este número é de 150, e está limitado pela capacidade e desenvolvimento do neo córtex.
O livro propõe uma história da humanidade recorrendo a estes e outros conceitos da psicologia evolutiva.
A edição da Quetzal não indica o ano, o título ou editora do original ( foi a faber and faber, em 2005).

Como sucede frequentemente, apesar da obra ter revisor que se assina, a situação é lamentável. Descuidos primário. À página 16 já fomos incomodados seis vezes com hífens despropositados e desacordos de género. Mas é assim. Se Sebald foi tão maltratado com a Teorema, porque é que Dunbar havia de ser poupado.

30 janeiro 2006

Big welcome, Maria



Hoje devíamos calar tudo o que não fosse urgente, terrível, tudo o que não vibrasse em sangue na garganta. Hoje devíamos criar um poço de silêncio em torno das duas linhas que assinalam a sua chegada.

29 janeiro 2006

As mulheres do Mal: Amélie Nothomb




Nasceu em Kobe, no Japão, em 1967 e vive em Bruxelas.
Publicou:
- Hygiène de l'assassin, 1992
- Le Sabotage amoureux, 1993
- Les Combustibles, 1994
- Les Catilinaires, 1995
- Péplum, 1996
- Attentat, 1997
- Mercure, 1998
- Stupeur et tremblements, 1999
- Métaphysique des tubes, 2000
- Cosmétique de l'ennemi, 2001
- Robert des noms propres, 2002
- Antéchrista, 2003
- Biographie de la faim, 2004
- Acide Sulphurique, 2005, todos editados pela Albin Michel.

Em Portugal estão traduzidos

HIGIENE DO ASSASSINO, EDITORIAL PRESENÇA 1997
TEMOR E TREMOR, Bizâncio 2000 e ASA 2004
A METAFÍSICA DOS TUBOS, Bizâncio 2001
A COSMÉTICA DO INIMIGO, Bizâncio 2002
DICIONÁRIO DE NOMES PRÓPRIOS, ASA 2004
ANTICHRISTA, ASA 2005

Ácido Sulfúrico



Estive mesmo para pôr Amelie Nothomb como uma das mulheres do Mal. Depois retraí-me. Este blog tem de ter alguma seriedade. Além disso revelar preferências literárias incorrectas é como ter um engano na escolha das meias. Finalmente não sei se o Bonirre aprova. Mas eu gosto. Desta mulher nascida no Japão, há 38 anos, filha de embaixadores belgas, que passou a infância e adolescência na China, Estados Unidos, Laos e Bangladesh, onde, no dia 13 de Janeiro de 1981, dia de Santa Amélia, com treze anos, deixou de comer, “por não poder ver o espectáculo violento e constante da fome.” Gosto do Temor e Tremores ( “Stupeur et tremblements”) e menos da Higiene do Assassino e da Metafísica dos Tubos. Gosto muito das botas e menos dos chapéus e dos cemitérios.
Amélie Nothomb dá este fim de semana uma entrevista a Babelia a propósito da edição em castelhano da Biografia da Fome. Aí refere” esse cinismo extraordinário que leva a culpar as vítimas, a negá-las e a culpá-las das desgraças que sofrem. E isso ao mesmo tempo que, em todo o mundo, todos, incluindo os verdugos, querem ser vítimas.”

In the shelter




Hoje passo a noite na estação dos Anjos. Já cá estou. Dizem que é o dia mais frio do ano. Mas aqui está quente. Nem é preciso jornais. Nem cobertores. O pessoal está contente. Consta que a sopa da salvação vem cá abaixo, com reforço, como no Natal. Houve um gajo que disse: - Parece Londres no tempo dos bombardeamentos aéreos.
A merda é que o frio não dura sempre.



(A Câmara de Lisboa, ouvido o Serviço Social, decidiu manter abertas durante a noite de hoje, algumas estações de metro.)

27 janeiro 2006

A minha vida é uma novela


(versão 3.2)

Aviso (work in progress)

Desconfiem dos homens que, sendo de Coimbra, decidem ir morar para São Facundo, Lorvão ou Jenianes.
Sendo do Porto, Gondomar ou Afife.

A chave da semana

A minha chave (falsa) é: estranho, insónia, fatal, morte, redenção.
Se faltar alguma pode ser rúcola. Selvagem.

Um Papa (sempre de costas para mim)



se o papa papasse papa
se o papa papasse pão
se o papa tudo papasse
seria o papa papão

// posted by PC

26 janeiro 2006

Vivamente Aconselhado



365
www.revista365.com

Saíu o nº 22 da revista de Fernando Alvim. Um dos cúmplices deste número é Ana Sá Lopes, com um pequeno conto negro-rosa. Onde Ana se revela uma sobrinha legítima do Rubem Fonseca. Leia, para conhecer a sorte do Pedrinho.

A minha vida é uma novela


(versão 1.1)

25 janeiro 2006

Não-me-deixes


Foto: PC

Primeira noite



Na primeira noite de exílio dormi no castelo da baronesa Sidonie Nádherny de Borutin. À entrada passei por pedintes que exibiam rastas, implantadas em quérions ressumantes. O quarto era tão grande que não aquecia, e na lareira, o fogo parecia apenas servir à iluminação. Fiquei a olhar para uma parede com uma gravura de um tal David Tenier, do gabinete de M.Marc René de Voyer, Marquês d’Argenson. A gravura representava uma festa flamenga, e Tenier fez-se representar em primeiro plano, numa atitude galante, mas discreta se atendermos às dimensões da figura. Ao lado havia um vaso com uma planta que entregava ao quarto, como tentáculos ameaçadores, enormes raízes aéreas. Fiquei a ouvir a vagarosa noite, à espera de descobrir alguma verdade na minha vida. Agora que não escrevo talvez consiga compreender alguma coisa, era o que pensava. Tinha que juntar a tinha florida dos pedintes, a planta e a sombra da planta sobre o quadro, os sons da floresta e o silêncio do castelo. De noite uma mulher entrou no quarto. Julguei que viesse a mando da baronesa, mas de facto eu ainda não conhecia Sidonie. Levantou-me a camisa e senti as suas mãos no tronco e depois descendo no ventre.
-Está frio, disse ela.
E nunca percebi se se referia ao quarto, ou ao meu corpo em desamparo.

A minha vida é uma novela



(versão 1.0)

24 janeiro 2006

Atropelos

Além do mais, não foi só Sócrates que atropelou Alegre; Jerónimo fez o mesmo com Marques Mendes e Cavaco, ao sair de casa, fez o mesmo com Jerónimo

A vitória de Cavaco fez-se de muitas coisas. Uma delas foi a campanha do sôr Zé Manel Furnandes no jornal o Público. Difícilmente se vai esquecer a manchete de sexta-feira. Ontem, a interrupção de Sócrates a Alegre foi desvalorizada. JPH, com o qual estou de acordo em quase tudo excepto em questões de tráfego, fez a mesma leitura. Teria sido uma noite de atropelos. Um comentador do Público que parece um valete de Sócrates, e ontem foi convidado do painel pré-senil que comentou as eleições nos Prós e Contras, alinhou pelo mesmo diapasão. Ora acontece que na noite eleitoral televisiva os candidatos têm prioridade sobre os outros intervenientes. E a declaração política final dos candidatos deve ter a máxima prioridade. Marques Mendes não era candidato. As bandeiras já se estavam a desenrolar, mas há que manter algum decoro. A saída de casa de Cavaco não podia interromper uma declaração política. Se houve atropelo precisou da colaboração das régies. Alegre era um vencedor. Só podia ser interrompido por Cavaco. Se alguém não podia atropelar a declaração final de Alegre, esse alguém era Sócrates.

Partida

Perguntas se já apanhei o avião. Já me exilei por dentro. O avião é o que menos importa.

Shuuuu.

A vitória de Cavaco fez-se de muitas coisas. Uma delas é a da crise profunda da esquerda. No PS, alguns militantes mais fogosos querem discutir a derrota da esquerda nos órgãos próprios do partido (Ana Gomes).Ora aquilo que se passa nos órgãos próprios é matéria que deve ser confidencial. Quem viu o aspecto de desolada assombração das sedes do PS na noite eleitoral não acredita que aquilo tenha outro metabolismo para lá do que assegura as funções vegetativas de apoio ao governo. Sócrates, mais do que Guterres, tem uma concepção instrumental do Partido. Podem discutir à vontade nos órgãos internos, desde que a discussão não chegue ao Sistema Nervoso Central.

23 janeiro 2006

Mail do PC

O PC escreveu-me. Andou a tapar a chaminé, com medo que lhe voltasse a entrar o Pai Natal. Não é todos os dias que há uma segunda-feira assim. Li algures que era o dia mais deprimente do ano, pela ausência de expectativas. Eu não confirmo. Não me custa nada esperar cinco anos, até o Cavaco ser reeleito. Depois mais cinco, do segundo e desastroso mandato. Hei-de esperar os dez anos seguintes, até Durão Barroso cumprir o fado que o Lopes não lhe leu nas estrelas, mas estava lá, chapado. Vinte anos não custam nada a passar. Vinte anos esperei eu por Bissula. Sem saber ao certo que ela vinha. Nem sabia bem se existia. Depois Bissula não era livre, e tive que a comprar, e levá-la para onde não se notassem as marcas nos tornozelos. Um dia com Bissula faz esquecer o tempo que ela demorou a chegar. Os meus versos parecem bons, quando ela os ouve, de manhã.

Para acabar de vez com as eleições

...e depois devagar.

Uma derrota



Uma derrota é uma derrota é uma derrota. Se Cavaco ganhou, tanto dá que tenha sido por meio como por oitenta por cento, na Calheta do Jardim. Os bem-pensantes saem das derrotas mais vergonhosas, tão limpos como entraram. A culpa foi de quem dividiu, dizem. A culpa, a culpa. A unidade do Espírito Santo. A unidade popular. Dividir é, para eles, recusar à direcção de Sócrates a representação da esquerda. Eu sinto-me derrotado e quero que me vejam derrotado.

Olhem o céu de Portugal.Ele reflecte agora a pobre terra infértil.

Houve quem, à esquerda, e aqui entre nós, se sentisse aliviado com a vitória de Cavaco à primeira volta.

Houve de tudo, Margarida. Houve uma mulher que assina Mary e dormiu em sossego. Mas Mary, o seu sossego é tão destituído de sentido como a minha insónia.

Vergonhas

Não foi só vergonhoso que Sócrates tivesse feito a sua declaração sobre a de Alegre. Foi igualmente vergonhoso que todas as cadeias de televisão a tivessem utilizado para interromper Alegre.

22 janeiro 2006

Depois de votar

Como um revelador, as horas a seguir ao escrutínio mostraram que o candidato de Sócrates era Cavaco e que o PS não tinha candidato. A família de Soares e alguns amigos reuniram-se num sala de hotel para se despedirem com dignidade e manter até ao fim a ficção de que se tratava de um combate necessário. Soares foi a capa de uma estratégia de ocupação do poder por parte de Sócrates e de Cavaco. O que resta do PS depois disto, para lá do governo e do círculo intimo do poder? Mas o PS não interessa para os próximos três anos, como o primeiro-ministro se apressou por explicar. A democracia fechou, por agora. Segue-se o negócio e a destruição do Estado de forma a que o negócio prospere.
A esquerda foi derrotada mais uma vez. O BE não descola. Mas um partido que continua a atrair gente que se manifesta de cara coberta, ou que deles só se demarca com ambiguidade, não pode aspirar a mais. O PC parece estar contente com 8,6%. Nos eleitores de Soares não estão apenas Edite Estrela e Jorge Coelho mais os ministros escalados. Há seguramente gente muito estimável, que acreditou no MASP 3, quis opor-se a Cavaco e não se reviu em nenhum candidato. E Alegre foi prodigioso. A votação de Alegre, contra o PS, contra o PC e contra o Bloco, sem meios, com uma impreparação que atingia o próprio candidato, mostra que existe uma multidão pronta para uma intervenção diferente na política. Essa votação é a única coisa nova que se vê neste país nos últimos anos.

Mesmo que Cavaco ganhe


Haverá sempre livros e blogs, a poesia de Ausónio e as praias do Uruguai.

17:25 h






Quand on n'a que l'amour
Pour unique raison
Pour unique chanson
Et unique secours

Mary vota Cavaco no Mal



"Domingo quero Cavaco, porque não o suportava quando terminou o
mandato de primeiro ministro, mas a vida provou que depois dele só pior...
Porque se preocupou em fazer a sua campanha sem se preocupar com os
outros...
Porque detesto o interesse político e a traição...
Porque o
considero competente e honesto e estou farta de incompetentes e corruptos...
Porque embora com pouca esperança
quero que o ministro da saúde o deixe
de ser o mais rápido possível."

Um anónimo que se assina Mary, ontem, na caixa de comentários deste blog





Mary, seja quem for, mesmo que seja Albert,

Cavaco preparou durante anos a sua candidatura. Em 2005 traiu Lopes, o principal obstáculo. Escreveu o artigo da moeda boa, disse aos seus habituais porta vozes e câmaras de ressonância para porem a correr a sua posição.

Há quem diga que a aliança Cavaco -Sócrates não foi apenas objectiva.
Sócrates pagou o apoio de Cavaco com o maior desinteresse pelas Presidenciais. Com a candidatura de Cavaco firme, no terreno, o Partido que detinha a maioria absoluta, não arranjou uma candidatura credível, descredibilizou a de Alegre, retirou-lhe força, fragilizou-a, e finalmente recuperou Soares. Ao mesmo tempo, com habilidade política, a candidatura de Cavaco conseguia neutralizar a direita e a extrema direita e impedi-la de aparecer na contenda. O seu voto de hoje, Mary, é também o voto útil dessa gente encapotada.

Cavaco é competente (em áreas que não têm a ver com a função PR. Lembre-se do desconhecimento que mostrou no dossier vital da Segurança Social). Tenho-o por honesto. Mas atrás dele estão perfilados os desonestos do costume. Metade dos responsáveis pelo nosso atraso. A desonestidade e a corrupção são um efeito sistémico, não são uma perversão dos homens maus. E Cavaco/Sócrates, ou Cavaco/manipanso-que-o-PSD-criará se Sócrates falhar o “bom governo”, são o melhor que o sistema que gera e vive da desonestidade tem para oferecer.

Fez a sua campanha sem se preocupar com os outros, de acordo com a sua natureza avessa ao debate de ideias e à leitura de jornais, e à táctica desenhada entre outros por Pacheco Pereira, a que eufemísticamente chamaram de não-declarativa. Esconder a face. Esconder as verdadeiras opiniões. Para não afastar pessoas como a Mary, que se lembravam do Cavaco do tabu, do deserto cultural e da prepotência.

Só há uma maneira de conseguirmos uma parcela mínima do que queremos. Ser plenamente. Todos os dias. Pelo menos depois das dez da manhã, essa hora fatídica. Se assim formos, o voto, Cavaco, esta discussão, a queda do ministro da saúde, são pequenas coisas de pormenor.

21 janeiro 2006

Mil Razões para amanhã derrotar Cavaco



Para restaurar a monarquia a que temos direito (sem a horrível Casa de Bragança)

Para o João Lobo Antunes se aquietar

Para não termos de aturar o tabu em 2009

Para poupar à Maria as obras na capoeira de Belém

Para defender a masturbação (cf. Cavaco Silva, Aníbal; On the economy of masturbation, York 1973)

To give joy a chance

Por causa da testa do Pacheco (cf O Neil em Só mentira, só mental)

Para o Manel Dias Loureiro e o Coelho poderem continuar nos negócios à vontade

Para o PSD ser um partido normal

Para o Sócrates nunca mais tirar a tala gessada



Para o Marcelo não ter hipóteses de recuperar audiências

Para poupar à direita um problema de identidade de género

Para defender a masturbação (cf. Entrevistas, Avilez, MJ, RTP Memória)

Para podermos voltar a ler o soneto para Daisy, a que foi de Londres para York, sem nos lembrarmos daquele pobre rapazito.

Para o Francisco José Viegas ter um mandato tranquilo na Casa Pessoa

Porque todos os poetas mortos merecem ser beijados no bronze

Para a Maria Elisa continuar, em Londres, a notável actividade fibromialgica em prol da difusão da cultura lusa

Para que Cavaco possa ser lembrado como um político do século XX

Porque não me está nada a apetecer esse exílio no Peru (que parvoíce o Peru)

Porque não é educativo os broeiros voltarem a ter um Presidente (não lhes chegou Eanes)

Porque a Sociedade Portuguesa de Logopedia não merece

Porque não merecemos, carago.(Mas mesmo que tivéssemos merecido. A Zazie, por exemplo acha que sim. Para castigo chega qualquer um dos outros).

E isto para não falar da masturbação (vide entrevista da família, Expresso, Novembro de 2005).

Um taxista sábio

Obrigado taxista Anonimous do Porto. Eu concentro-me todas as manhãs, para ler, a Bissula, os poemas de Ausonio.

S. Sebastião



Hoje, em Miranda do Corvo, uma procissãozinha da Causa.

Adições

Na lista dos links o Albergue Espanhol e eugeniainthemeadows.

20 janeiro 2006

Aviso à CNE


A Natureza do Mal não respeitará o período de reflexão. A partir das 24 h de hoje iniciaremos a emissão de um número indeterminado de posts tendo como objectivo a curto prazo a derrota de Cavaco através da evangelização da Zazie. Com o Matos neutralizado, a Zazie não será o voto que dará a maioria a Cavaco.

Portugueses mais um esforço



Confirma-se a tendência Susana. Para não mobilizar o eleitorado broeiro, a inclinação é discreta. Mas a partir de agora, na obscuridade da reflexão, a queda é certa e só parará às 19 horas de domingo, 20 nos Açores.

Editora digital

Para possibilitar a divulgação de autores de todos os géneros literários e fugir ao que chamam o cerco das editoras instaladas, anuncia-se uma editora digital .

Horizontes finitos

Match Peixoto Point

A minha moral(3,03 numa escala europeia de 10) sobe, quando, no novo DN, não consigo separar, às páginas 38 e 39, o Pedro Mexia do José Mário. No fim sou quase espanhol (5,64), quase belga, flammandcon (5,89).

Quilómetro 148: Bissula




Naqueles anos eu trabalhava em Koper, uma cidade no estuário do rio J. Tal como acontecia com a maior parte dos professores e investigadores do Instituto Capodistri, residia em Porec, uma pequena cidade do litoral ístrio, insuportável no Verão, mas encantadora a partir de meados de Setembro. Em Porec, o aluguer de uma casa com vistas estava ao alcance das nossas bolsas. De manhã apanhávamos o comboio das 7:26 h, na Estação do Imperador Justiniano II, e fazíamos os quase quarenta quilómetros de viagem revendo os planos das aulas, acabando o resumo de uma comunicação ou lendo o jornal cantonal, cheio de notícias pueris, ou debates de referendos incompreensíveis em que a vitória do Não era sempre certa. Num trecho do percurso, a linha do caminho de ferro inflectia para uma zona de via reduzida, rente à praia. De um lado via-se o Adriático, sem ondas, escuro e quase pantanoso. Do outro uma escola onde todos pareciam chegar de bicicleta. Eu detesto o realismo fantástico, essa treta onde chovem flores em lugar de bátegas de água. Mas o que me acontecia nessa fase da viagem, de manhã e nunca no regresso, era da ordem do irracional. Ficava fechado numa zona detestável de mim mesmo, numa penumbra da existência, à beira da náusea, da vertigem labiríntica. Se acontecia estar apaixonado, era certo que tudo acabava naqueles minutos insuportavelmente lentos, rente ao Adriático, ou virado para os pavilhões da escola dos ciclistas, sempre os mesmos, as mesmas capas impermeáveis de corres garridas, as lanternas a tiracolo, os gorros, as sacolas. A linha de caminho de ferro inflectia para o interior e a composição ganhava velocidade. Viam-se alguns cadáveres de bicicletas, num parque, com rodas incrivelmente retorcidas e tudo ganhava realidade e som. Mas eu não recuperava nunca os amores submersos naquele soluço da viagem. Até que conheci Selma, especialista de Decimo Marco Ausonio e a quem, por piada, no Instituto chamavam Bissula. Com ela passei, incólume, o estreito do quilómetro 148, espantado e agradecido. Aprendi de cor alguns dos humildes versos de Ausonio, só para agradar a Bissula, e recitei-lhos todas as manhãs que durou a minha bolsa no Instituto Capodistria, e sempre a minha euforia a fez sorrir.

19 janeiro 2006

HAI (r) - Horizonte azul infinito (reconstruído)

Nota de Encomenda


Sr Jup, jup@jup.pt
ou "aguasfurtadas" , Rua Miguel Bombarda, 187, 4050-381 Porto

Queira enviar-me um exemplar do nº 8 das Águas Furtadas, Literatura , Música e Artes Visuais, para A Natureza do Mal.
Promete-se leitura atenta.


(ver Dias Felizes)

Fade In


Foto: PC

50% e o Matos

O Vicente Jorge Silva acha normal o Cavaco ganhar. O que o irritaria era o homem ganhar por 60%. Eu ficava irritado era se o homem ganhasse por 50% mais um. Esse um é o Matos, tenho a certeza.

18 janeiro 2006

A vitória da literatura

Um dia Vila-Matas foi a Nova Iorque para entrevistar a neta de Trotsky. Uma amiga comum tinha possibilitado o encontro. A caminho, Vila-Matas diz que vai a Nova Iorque entrevistar a neta de Trotsky. E pouco depois rectifica: - Vou a Nova Iorque para poder escrever um romance que comece assim: Fui a Nova Iorque para entrevistar a neta de Trotsky.
A literatura é sempre mais que a realidade. Neste blog Cavaco nunca vencerá. Se por acaso outra infelicidade se abater sobre esta terra, continuaremos a escrever como se Sampaio, Manuel de Arriaga ou o rei Dom Pedro V continuassem no poder. Podem confiar sempre n 'A Natureza do Mal.

As crianças da Isabel

Isabel, tu és good e as tuas crianças esperançosas.

Horizonte azul infinito


Foto: PC

Como hei-de agradecer

A massagem capilar
O conselho fraterno
A graça da reaça
Depois da sobremesa
O convite o convite
A reunião dos sérios
Outro abaixo-assinado
O lugar da direita
Ao pé do presidente
Ou o lugar da esquerda
Que é o lugar mais quente
Mais junto ao coração
Que é a consolação
Que resta à pobre gente
Ou o lugar da frente
Atrás da ilusão
O lugar sentado
O lugar do lado
À prova de acidente
O lugar deitado
Onde vos possa ver
Em cima despedindo-se
Do meu corpo a descer

Não sei como hei-de estar
Que cara hei-de fazer
Se me posso mexer
Como hei-de agradecer


Foto: Gica

(Bonirre, podes pôr uma música fatela e uma foto que lembre Baisers Volés?)
(Dr L., a foto já está, música mais logo)

Para não falar do Matos

De manhã, a música da RUC confirma o mundo como um lugar insuportável.

O horror quotidiano


A leitura dos principais jornais portugueses é uma experiência demolidora. A realidade nacional é dominada por uma campanha sórdida e por atoleiros chamados Envelope nove, Eurominas, Apito Dourado. Com a América Latina a eleger um índio e uma mulher, não há um correspondente local, um enviado especial, um comentário. A nota de diferença é assinada por Regina Guimarães, uma escritora a quem perguntaram como é que queria que na sua área, fosse Portugal em 2006. Regina solta um grito libertário contra a divisão do trabalho, divisão do fazer/prazer, divisão da vida em partes insensíveis. Mas está sózinha. Sempre que entregam uma coluna a um político ou a um dos comentadores entronizados, o que nos dão é o lixo do costume, o lixo vulgar dos passeios. Lopes é um covarde. Depois de, na semana passada, ter dado um arzinho da sua graça desalinhada, vem pedir desculpa à sua maneira. Podia ao menos nomear por extenso os seus habituais detractores. E agradecer aos indefectíveis apoiantes. Entre os quais, que me lembre, estava V. e a N.M., sempre dele saudosos.

17 janeiro 2006

Tomem lá Cavaco

O Contador do DN (V.R. OLiveira) regista o tempo que as televisões dedicam a cada candidato. Ontem, Cavaco mereceu 41.58 mns. aos quatro canais de TV. Quatro vezes mais do que Louçã; três vezes do que Jerónimo; 2,2 vezes Soares e 1,5 Alegre. O favorecimento de que goza Cavaco é escandaloso se considerarmos apenas o Serviço Público: A RTP e a Dois dedicaram-lhe 28.32 mns. contra 23.09 mns. da soma das quatro restantes candidaturas.

Menos um por cento

Susana: a tendência mantem-se. O Portugal Maior está a desinchar. Ainda o vamos ter de um tamanho aceitável.

As mulheres do Mal: Michelle Bachelet


Michelle Bachelet, agnóstica, divorciada, mãe de três filhos. Filha de um general fiel ao Presidente Allende, torturado nas prisões da Junta golpista de Pinochet, onde morreu. Presa e torturada, com a mãe. Exilada para a Austrália e depois para a ex-RDA onde se formou em Medicina. Fala português. Eleita presidente do Chile.Socialista.
Portugal não será o Chile da Europa.

Pediatria (Jerónimo)

As crianças, na escola, gritaram-lhe o nome e ele chorou. Só a comoção dele era verdadeira. Alguém que lhe diga que as crianças, na escola, são cruéis e ignorantes.

O taxista do Porto


Título: Câmara escura - 1900
Foto: Zam

Chorar no Porto

Um bom sítio para chorar em público, sem ser notado, é no carro do taxista de Vila-Matas.

Um taxista em lágrimas

Outro episódio que ilustra uma característica da alma dos portugueses, seja lá isso o que for, é contado por Vila-Matas em Desde la ciudad nerviosa. O escritor de Barcelona chega ao Porto pela primeira vez e fica alojado num hotel junto ao Palácio da Bolsa. Escreve que afinal existe “uma cidade mais antiga e senhorial que Lisboa”, "vinte anos mais atrasada que Lisboa","deliciosamente atrasada". Encontra "a livraria mais bela do mundo, catedral da literatura, a Lello". E um taxista diz-lhe, que vinte anos antes, se tinha apaixonado por uma turista sueca que nunca mais voltara a ver: “- Talvez tenha morrido, mas não há dia que não pense nela. Concentro-me sempre todas as manhãs para poder chorar.”
Não devemos acreditar em Vila-Matas. Nem nos taxistas. Mas eu já vi, na cidade do Porto, mais de um taxista em lágrimas.

(Enrique Vila-Matas, Desde la ciudad nervios, Pensando en Oporto, 2003)

A alma de Portrugal

Hoje na Um discutem a alma de Portugal. Parece-me estranho ouvir aquela gente dizer o teu nome, Alma, sem temor nem reverência. Saio, envergonhado. Mas continuo a pensar na alma portuguesa. Portugal só é compreensível nas cartas dos estrangeiros que nos visitam. As carta de Estefânia, a rapariga que, na primeira metade do século XIX, veio, pela mão de Alberto, o marido da rainha Vitória, de uma corte do centro da Europa para um país sem árvores, de estradas cobertas de pó, onde um clero estúpido mantinha longe das letras e do catecismo uma população miserável. Estefânia era linda, educada, e devia estar aterrorizada com as gentes que lhe tinham calhado em sorte. Na noite de núpcias foram felizes, com sexo não penetrativo. Ela contou à mãe que o rei era muito delicado. O resto da história é conhecido. Pouco tempo depois morreria de difteria e o rei não resistiria a uma febre intestinal. Difteria e diarreia. O tipo de doenças que se espera encontrar num país assim. Um país que mata por asfixia e desidratação. Sempre o fogo sobrou e era a água e o ar que nos faltavam.

(Pedro V, Cìrculo de Leitores, Maria F. Mónica)

16 janeiro 2006

Horizonte azul infinito (em construção)

13 janeiro 2006

Pedido aos capitulacionistas

Mesmo que a vossa derrota não seja a minha. Toda a derrota tem de ter alguma dignidade. Faltam oito dias. Se não forem capazes de fazer nada, calem-se, ou falem baixinho para que não se entenda.

Não se consegue



Não se consegue amar e escrever sobre o sono ao mesmo tempo. Não se consegue amar e ouvir o Matos a assobiar no trabalho. Não se consegue amar e discutir a campanha eleitoral da República. Não se consegue amar na despensa no meio de tanta gente com fome. Não se consegue amar com Je ne t’aime pas do Kurt Weil nos headphones do iPOD. Não se consegue amar com o sr. Antunes à mesa. Não se consegue amar ao mesmo tempo.

Troca de olhos nos olhos



Refrão
Para melhor
está bem está bem
Para pior
já basta assim

12 janeiro 2006

Espanta Pereira



Há dois anos tivemos um pesadelo colectivo. Viveríamos num país que teria nas duas principais figuras de Estado, Durão Barroso e Cavaco Silva. Não foi bem assim. Os sonhos são os jogos da infância. Mantêm-nos próximos da realidade sem nos queimarmos nela. Permitem experimentar o que parece insuportável. Dois anos depois aí estão: Sócrates e Cavaco. Para animar os vossos dias. Que tivesse sido preciso Lopes para chegar a Sócrates; que tivesse sido preciso Sócrates para chegar a Soares/Alegre- isso não era de todo previsível. Embora não pareça essencial. A geração que nasceu no cavaquismo e cresceu na telenovela, mais os broeiros que não sabem as funções presidenciais, vão lá pôr a cruz na alminha. Isto pode encher de melancolia os que sonharam com uma terra da alegria, ou que acreditaram que este não era já o país miserável que garrotilhou a rainha Estefânia, cheio de pó e quase sem árvores, onde tirando Fontes não se vislumbrava outro político em que se pudesse ter confiança. Essa melancolia espanta Pereira. Mas mais me espanta a alegria de Pereira. Há um Pereira no Abrupto que aprecio. Há um historiador do Comunismo que por vezes me fascina. Há um Maquiavel sem príncipe de que tenho pena, esse sentimento entre todos detestável. A vitória de Pereira é tão pequena, tão risível, tão destituída de sentido, como a nossa melancolia.

Nunca mais no D. Maria

EPC ameaçou que nunca mais apresentará os seus livros nos átrios do D. Maria. Que mais nos poderá acontecer?

Ao vinagre



Não tenhas medo de ficar sozinho. Não azedes mais. Também terás direito à tua mortalha. Até lá, coragem. Não te deixes ir abaixo. Não dês confiança ao sal, a menos que encontres a flor.

11 janeiro 2006

E agora José?


"Eu vou responder, logo existo."

Depois de pintado


Foto: PC

EPC na frente da luta

O abaixo assinado das “forças mais activas da nossa cultura” contra a ministra Pires de Lima é impressionante, como sintoma de descontentamento. Mas a adesão de EPC faz-me desconfiar: “ a situação não se agravou mais dadas as intervenções decididas, firmes, lúcidas e oportunas de José Sócrates e do seu gabinete.” Ou de Miguel Lobo Antunes : “A minha profunda discordância com a acção deste ministério que faz parte de um governo que de um modo geral aprecio”. Acho triste ver os artistas falarem assim: “Falta uma ideia clara e um pensamento do que deve ser uma política cultural como acção do governo e ao serviço do país.” (J.P. Croft). Para ideia claras já nos chega a campanha eleitoral. Para servir o país chegam o Jorge e o Manel.

10 janeiro 2006

Horizonte azul infinito


[André Bonirre, novo membro postante da N. do Mal, tomada de pose]

"Eh pá que título foleiro. Numa semana cortas as mãos e recebes o aplauso dos leitores sado que confundem o corte epistemológico com a serra electrica. Na outra pareces a Margarida do Sei lá! Este blog não aceita palavras como azul, infinito, horizonte, etc. É favor substituir por tesão, muco, leite, essas coisas."
(mail de Luis, para bonirre)

Imprecisão



Acho bem o que escrevem.
Só não percebo se é tempo de Eros ou Tanatos.

Índico


Foto: Alda Reis

// posted by andré bonirre

09 janeiro 2006

Crescemos bem

A Porsche cresceu 28,1% com mais 57 unidades (203 para 260); a Aston Martin cresceu 233,3% com mais 14 unidades (de 6 para 20); a Ferrari cresceu 63,6% com mais 7 carros (de 11 para 18) e a Bentley com mais 62,5% com mais 5 unidades (de 8 para 13).


Dados retirados da Associação Nacional das Empresas do Comércio e da Reparação Automóvel (ANECRA), referentes a 2005

A palavra-passe


Foto: Gica

Hoje de manhã, quando abri o computador, ele avisou-me que a minha palavra-passe estava a prazo e perguntou-me se a queria mudar já. Caso contrário teria dez dias para o fazer. Suponho que me vai perguntar isto de todas as vezes que o abrir, nos próximos dias. A palavra-passe que utilizo tem poucos meses. Não sei se posso renová-la. Escrevê-la de novo, confirmá-la, e aguardar que o sistema a aceite. O sistema deve ter sido desenhado pelos Serviços informáticos dos Correios. Fico a saber que, para eles, um compromisso não dura senão uns escassos meses. O mesmo tempo dos contratos a prazo, provavelmente. Poder renovar a minha palavra-passe deve significar algo para o sistema e para mim. Embora não saiba exactamente o quê. Imagino os funcionários que foram entretanto apeados. Não respondem ao apelo do gestor de programas. Não renovam a palavra e o sistema percebe que eles deixaram de existir. Eu vou responder, logo existo. Esta forma de existência devia alegrar-me. Mas imagino que o sistema alerta quando a palavra-passe é renovada mais de dez vezes.(Dez é um número que os gestores e os informáticos dos serviços centrais utilizam com frequência). Para evitar subidas de escalão por antiguidade, promoções por anos de serviço, essas coisas que alegram a minha tia Graça. Haverá algum processo de renovar a palavra-passe sem que o sistema se aperceba da nossa existência? Poderemos existir para lá da existência que o sistema detecta? Poderemos existir sem palavra? Fora da rede dos Correios.pt?

08 janeiro 2006

Sectários

As acusações ao vereador da Cultura do município de Coimbra parecem-me excessivas e parciais. Eu não acredito no envolvimento do autarca na destruição pelo fogo do ursinho do Parque Verde nem vejo enaltecer a obra realizada no Canil Municipal.

Contra a Biologia

O menino estava bem gordinho.
- Tenho sempre vontade de comer coisas proibidas, queixou-se.
- São os seus genes, meu querido, disse-lhe eu.
- Os meus genes são assim tão maus, interrogou.
- Os seus genes são óptimos. São a herança dos seus antepassados, que foram bem sucedidos porque eram capazes de correr os maiores riscos para conseguir fruta docinha e carne de outros animais. O problema, continuei, é que agora você não precisa de sair do sofá.
E como qualquer um se julga no direito de dar conselhos às crianças, arrisquei: - Você deve lutar contra os seus genes. A história da civilização é, no fundo, uma luta contra a Biologia. E lembrando-me de que os jovens precisam de desconfiar, acrescentei:
- Contra a Biologia e contra a Sociologia.
O pai, que até esse momento estava silencioso, assistindo à conversa, resolveu participar:
-E contra a Psicologia.
Julguei que era piada. Depois lembrei-me da profissão da mãe.

Chico



"Primeiro, há a sensação de que ele não vai conseguir. Depois, a percepção de algo a caminho. A partir daí é uma embriaguez. São os grandes momentos da vida dele."

(Marieta Severo em Chico Buarque, Letra e Música, Companhia das Letras, 2004)

06 janeiro 2006

Mestre sempre, deus sabe-se lá.

"Nem deus nem mestre", era a divisa do meu avô Arnaldo. Cresci sempre com a mágoa de não ter recebido a graça, de não ser capaz de acreditar no deus, a que para simplificar, chamarei de o- deus- da- Conceição. E contra o Mestre e a idéia de Mestre. Mas tive Mestres. Orgulho-me deles. E gostava que eles recebessem um mail assim. Um dos Mestres que tive, ainda hoje é mais corajoso do que eu.



(Ribeira dos Milagres, é um nome que pode designar o local onde se está a construir o novo Hospital Pediátrico de Coimbra. Se havia problemas técnicos no local, água a mais, dizem, devem ter sido solucionados. Nos últimos dias, tanta declaração, atulhou definitivamente o terreno.)

Robert Bresson



Le diable, probablement, passa no dia 13, sexta-feira, às 21h30, no Auditório de Serralves. Bressonianos e outros, estão todos convocados.

Mais Sol


Autor: Gica

// posted by andré bonirre

Sol da meia noite



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