fogem-me as palavras de que gosto. desisti do
B. e fui à procura de
alento, uma
daquelas (lugar de travessão à llansol, que eu não consigo usar porque me sinto
a usurpá-lo). descobri que também quer dizer alimento e que o padre antónio
vieira disse nos sermões que
a aurora é o alento do mundo (as delícias do
aurélio! (ainda não vos disse mas não aguentei tanta traição e também peneiro o Aurélio).
segui para
aurora. desta comecei a gostar quando a associei definitivamente ao
calor, ao sabor, ao cheiro da cozinha da dona aurora, ao olhar perspicaz e
difícil da senhora que, à distância, me observava como mãe. e aurora é tudo. é
oriente, é princípio, é origem, é luz difusa, é "
período antes do nascer do
sol, quando este já ilumina a parte da superfície terrestre ainda na sombra".
estive quase a desistir, mas pelo meio descobri que
bátega
também significa uma espécie de bacia (não tem muito interesse, mas achei-lhe
piada), que
barulhar é confundir, que se diz
fazer boa ausência quando se diz
bem de alguém na sua ausência e mais umas quantas que vos deixo à escolha, como
sempre. não são particularmente aliciantes.
foi pelo balceiro que cheguei a sáfaro.
sáfaro: agreste (
é sáfara uma terra estéril); pode dizer-se do animal bravio, difícil de amansar (soa a liberdade); em sentido figurado, escolha-se entre esquivo, estranho, intratável, alheio, distante, apartado, desconfiado
bátega: em dia de chuva, dê-se-lhe um outro significado – espécie de bacia metálica antiga: “Esses tipos principais de vasilhas portuguesas são a talha, o pote, o cântaro, o caneco, o tenor, a tarefa, a púcara, o gomil, a escudela, a tigela, a infusa, ... a bátega, a pichorra, a botija, a cabaça, a malga, etc.” (Ramalho Ortigão, O culto da arte em Portugal). tantas!
barulhar: fazer barulho; confundir (uma outra forma de baralhar)
albardar: vem de “pôr albarda” e talvez por isso signifique também oprimir, dominar; mas quer ainda dizer cobrir com ovos para frituras (fatias, peixes , carne ou outros), vestir mal e... enganar, burlar, lograr, intrujar (barulha, não barulha?)
balandrau: diz-se de pessoa ou coisa grande e desajeitada (mas começou por ser opa usada por algumas irmandades em cerimónias religiosas; capa ou casaco largo e comprido; antiga vestimenta de capuz e mangas largas; roupa ampla e sem cinto. na gíria, os brasileiros, usam-no para sobretudo, o que diz muito da forma como vêem os sobretudos)
bauleiro: fabricante ou vendedor de baús